domingo, 2 de março de 2014

Rapidinhas do domingo...

Vergonha nacional...

Auxiliares de Barbosa dizem que um projeto eleitoral já em 2014 ainda não está 100% descartado, mas admitem que as conversas caminham com mais força para uma empreitada eleitoral só mesmo em 2018. Dizem que Barbosa se mostra preocupado com a imagem de que teria usado o julgamento do mensalão como palanque eleitoral. Até lá, o presidente do Supremo se dedicaria à criação de um instituto, à frente do qual poderia se manter em evidência na cena política nacional. A perspectiva de que Barbosa deixe o STF ainda no primeiro semestre deste ano aumentou durante a análise dos últimos recursos do mensalão. As intervenções acaloradas de Barbosa durante a análise dos embargos infringentes foram vistas por alguns colegas como uma tentativa de “demarcar território” e assegurar uma “projeção de imagem” nesta reta final do julgamento. Nos corredores do tribunal, a avaliação é que Barbosa tem se mostrado cada vez mais inconformado com as mudanças no julgamento, o que poderia servir de argumento para sua saída da Corte. Outros afirmam que Barbosa ficaria incomodado em ser liderado por Ricardo Lewandowski, que assume a presidência do tribunal em novembro. Várias manifestações de Barbosa nos últimos dias ajudaram a alimentar a tese de que ele aproveita a vitrine à frente do tribunal. Na última quarta-feira, Barbosa criticou 
duramente o voto do ministro Luís Roberto Barroso. Barroso absolveu o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e outros cinco réus pelo crime de formação de quadrilha. Barroso também criticou o que ele chamou de exacerbação da pena originária de quadrilha. Em resposta ao ministro Barroso, Barbosa classificou o voto do colega de “político”. “Leniência (criticada por Barroso) que está encaminhando com a contribuição de vossa excelência. É fácil fazer discursos políticos e contribuir para aquilo que se quer combater”, disse Barbosa. As declarações do presidente do STF criaram mal estar na corte. Na quinta-feira, após a consolidação do resultado absolvendo Dirceu, Genoino e Delúbio do crime de quadrilha, Barbosa criticou novamente o voto dos colegas insinuando que no Brasil apenas pessoas de baixo poder aquisitivo são condenadas pelo crime de quadrilha. “Em que nesse novo conceito são suscetíveis de enquadramento na prática do crime de quadrilha somente aqueles a que 
meios sociais dotados de certas características sócio-antropológicas. Aqueles que rotineiramente incorrem na prática de certos delitos como os crimes de sangue ou os crimes contra o patrimônio privado. Criou-se com isso um novo determinismo social”, declarou Barbosa. Ele ainda atacou a Corte afirmando que a absolvição dos crime de quadrilha é apenas o primeiro passo de uma “sanha reformadora”. “Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que este é apenas o primeiro passo. Que essa maioria de circunstâncias tem todo o tempo a seu favor para continuar na sua sanha reformadora. Agora, inventou-se um conceito fantasioso e discriminatório para o crime de quadrilha”, afirmou o presidente da Corte para incomodo dos demais ministros.
Obs do blog: As pessoas até tentam acreditar na justiça brasileira, mesmo com todas as suas falhas de morosidade, carência de juízes, acúmulo de processos, etc. Mas na medida em que Supremo Tribunal Federal utiliza de penduricalhos jurídicos (embargos infringentes) para livrar descaradamente a pele de um conjunto de pessoas que desviaram comprovadamente dinheiro público em troca de apoio político para o governo federal do PT, a crença da "injustiça" brasileira com relação a preto, pobre e prostituta se fortalece cada vez mais. Será que seria necessário para esses políticos condenados registrar numa junta comercial a formação da quadrilha para desviar milhões de reais para que a justiça "abrisse" os olhos para esse crime? e porque qualquer "pé-rapado" é enquadrado imediatamente no mesmo crime sem qualquer contestação? a vergonha nacional que isso provoca mostra cada vez mais o imenso abismo social que existe em nosso país entre os "privilegiados" e a descomunal massa de trabalhadores e pessoas que são excluídas desse reino das mil maravilhas. O presidente do STF Joaquim Barbosa tenta moralizar a justiça brasileira, mas a indicação de "marionetes" para o STF mostra que, enquanto houver a interferência do poder executivo na indicação de juízes, não será possível ter credibilidade nessa justiça, principalmente quando julga pessoas que faziam parte do poder executivo ou do poder legislativo. 

                                                     Vida marvada - Rolando Boldrim


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