Rapidinhas da quarta....

As coisas mudam....

As recentes decisões judiciais oriundas da 33 zona eleitoral de Mossoró, assim como provindas de juízes titulares de outras zonas eleitorais do Rio Grande do Norte, trazem em seu bojo uma característica peculiar que tende a acabar com a hipocrisia eleitoral reinante no seio da sociedade nordestina: o desejo de mudança da cultura eleitoral.

A cultura impregnada na predominância dos políticos atuais é a de que se deve ter cuidado com as regras eleitorais vigentes, mas se deve também arranjar um “jeitinho” nos bastidores de se “comprar votos” a torto e a direita, caso contrário você não ganha a eleição. Essa corrida desenfreada que estimula essa prática nociva provém, principalmente, da instituição maléfica da regra da reeleição com a permanência do candidato no cargo mesmo em plena campanha. Ora senhores, o cidadão está no cargo de prefeito com toda máquina administrativa a seu dispor e tem a possibilidade de continuar por mais um período de 04 anos, o que você acha que ele vai fazer? Simplesmente torna-se uma disputa desigual onde a oposição, seja em que município for, sai atrás e terá que se desdobrar para conseguir um nome que angarie simpatia na população, mas que também tenha dinheiro para investir visando pelo menos equilibrar essa desigualdade. Claro que algumas regras foram criadas tentando obstaculizar essa visível desigualdade a olho nú, tais como, a proibição de showmícios, distribuição de brindes, proibição de inauguração de obras públicas, etc, mas elas são simplesmente paliativos, pois a verdadeira guerra se trava na obscuridade dos bastidores.

Os casos gritantes e históricos evidenciados nas eleições mossoroenses revelam uma cultura de décadas da justiça eleitoral “fechando os olhos” para o que todo mundo via, mas negava hipocritamente de pés juntos diante da justiça: não havia como um candidato oposicionista enfrentar um marketing eleitoral amparado no poderio econômico da família Rosado que controla quase que totalmente a mídia escrita, falada e televisiva, além do controle total da máquina administrativa da prefeitura há décadas. A única solução seria sempre colocar, como uma falsa oposição disfarçada, um outro representante da família Rosado, reproduzindo ideologicamente sempre uma fantasiosa briguinha familiar para iludir as massas e perpetuar o domínio político. Ao tomar decisões judiciais corretas que desmascararam essa ilusão hipócrita que anestesiava ideologicamente quase toda a população eleitoreira de Mossoró (quase 98% dos eleitores caíram nessas armadilhas), o juiz Herval Sampaio colocou um tampão nesse descontrole midiático e econômico que privilegiava abertamente as duas candidatas concorrentes, representantes direta e indireta de alas da família Rosado, e relegava os demais candidatos oposicionistas a meros observadores da disputa eleitoral. É preciso ter coragem para se tomar atitudes dessa natureza que 

mexe profundamente em velhas práticas culturais nativas e arraigadas nas mentes perniciosas que se acostumaram ao jogo sujo dos bastidores, mas não se faz omeletes sem quebrar os ovos. Como sempre, essas mentes maquiavélicas tentaram desesperadamente acusar o magistrado local de “juridicamente desonesto” e achavam que essas mudanças necessárias seriam obviamente “derrubadas” no tribunal superior em Natal com o possível apoio de “forças políticas ocultas e nativas encasteladas no poder  em Brasília”. Rasgaram a boca no arame. O TRE-RN não somente endossou todas as atitudes do corajoso juiz, como lhes deu carta branca para efetuar seus julgamentos livremente e de acordo com sua consciência.

Os tempos estão mudando e a sociedade brasileira, através de seus jovens, está empunhando a bandeira de novas práticas em substituição as posturas retrógradas de corrupção ativa e passiva que campeiam os diversos segmentos de nossa sociedade. O Juiz José Herval Sampaio Júnior, que é um laureado professor de direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, apenas adotou uma postura corajosa e iniciou um processo de mudança que não tem mais volta ao dar simplesmente um basta na hipocrisia e na desigualdade da disputa eleitoral. Quer ganhar a eleição? Aja de forma correta e de acordo com as regras eleitorais, caso contrário, poderá até ganhar, mas não levará. Pode ser que ele seja apenas um pequeno exemplo correto num mar rodeado de prováveis imperfeições que moldam o universo jurídico eleitoral, mas uma grande caminhada de quilômetros começa com um simples passo. E esse passo ele já deu.

Valdeci dos Santos Júnior

Não me deixem só....

O atual "desgoverno trabalhoso" em Baraúna vem cada vez mais se isolando, perdendo aliados e caindo verticalmente pelas tabelas na opinião pública. As parcas obras que estão sendo realizadas são frutos do governo anterior, os salários dos professores são os mais baixos da região Oeste do Estado, na Farmácia básica tem de tudo menos remédios, a insegurança reina na cidade, meteu a tesoura nos salários dos pobres funcionários públicos, a tesoureira já pediu o boné e caiu fora, e hoje ninguém mais sabe (como disse um comentarista) o que é da prefeitura e o que é do atual prefeito devido ao "laranjal" que foi plantado nesse município. Pelo andar da carruagem vai se transformar em um novo Collor de Mello e pedir desesperado para ninguém deixá-lo só......por enquanto, o cacau da prefeitura ainda está segurando muito neguinho pelas pontinhas dos dedos, mas paciência tem limites.....Vai deixar tudo, menos saudades....

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Meu Amor, não é nada: - Sons marinhos
Numa concha vazia, choro errante...
Ah, olhos que não choram! Pobrezinhos...
Não há luz neste mundo que os levante!

Eu andarei por ti os maus caminhos
E as minhas mãos, abertas a diamante,
Hão de crucificar-se nos espinhos
Quando o meu peito for o teu mirante!

Para que corpos vis te não desejem,
Hei de dar-te o meu corpo, e a boca minha
Pra que bocas impuras te não beijem!

Como quem roça um lago que sonhou,
Minhas cansadas asas de andorinha
Hão-de prender-te todo num só vôo...

Florbela Espanca

Tá tudo mudando

Zé Ramalho

Andando Preocupado
ninguém a minha frente
Nada ao meu lado
Uma mulher no meu colo
E ela bebe champanhe
Pele alva olhos assassinos
Olho pro céu com olhar de menino
Estou bem vestido
Esperando o último trem
Em pé num cada falso
Com minha cabeça no laço
Tenho mais ou menos
Um segundo e meio
Pra saber o que faço

Pessoas loucas, tempo estranho
Estou trancado, eu não alcanço
Eu me importava
Mas tá tudo mudando

Esse lugar não me faz bem a saúde
E deveria estar em Hollywood
Por um segundo, eu
Pensei ver algo se mover
Tome liçoes de dança
Vá no candomblé
Leve a vida como pode, Vá até onde der
So um tolo ia achar
Que não há o que dizer
Muita água embaixo da ponte
Muitas outras coisas também
não se levante cavalheiro
Eu estou apenas de passagem

Pessoas loucas, tempo estranho
Estou trancado, eu não alcanço
Eu me importava
Mas tá tudo mudando

Andando milhas de estrada ruim
Se a biblia esta correta
O mundo vai explodir
Feito longe de mim
até me perder
A mão afaga
A arma que atira
A verdade desse mundo
Vem de uma grande mentira
De mãos atadas
Não se pode vencer
Seu Jose e Dona Lucia
Eles pularam no lago
Pra cometer esse erro
Eu não estou preparado

Pessoas loucas, tempo estranho
Estou trancado, eu não alcanço
Eu me importava
Mas tá tudo mudando

                                                         Tá tudo mudando - Zé Ramalho