sábado, 24 de maio de 2014

Domingueiras...

Seu dotô me dê licença?

Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, somente deverá ser chamado de doutor quem concluiu satisfatoriamente o curso acadêmico de doutorado. Ou seja, doutor é um título acadêmico e não um pronome de tratamento. Então por que advogados, juízes, promotores e médicos são assim chamados, mesmo quando não têm doutorado?
A raiz etimológica da referida palavra está ligada, de algum modo, à pessoa que ensina. Tanto no Brasil como em Portugal existe uma longa tradição de chamar os profissionais acima mencionados pelo título de doutor, ainda que os mesmos só tenham bacharelado. A primeira universidade a empregar o referido título foi a de Bolonha, na Itália, por volta do século XII d.C. No Brasil imperial, em agosto de 1827, foi promulgada uma lei que instituía dois cursos de Direito no Brasil, um em Olinda e o outro em São Paulo. Ficou acertado que o título de doutor seria concedido aos advogados que tivessem bacharelado e que posteriormente defendessem uma tese. Mas somente seria chamado de doutor se o advogado atuasse na profissão e se defendesse uma tese. Se apenas concluísse o curso seria chamado apenas de bacharel. Nas mais variadas situações do dia a dia tornou-se um incômodo e, portanto, constrangedor ter que perguntar se o advogado tinha ou não defendido uma tese e se era militante. Imaginemos, para uma melhor compreensão, que um cidadão graduado em Direito comparecia a uma reunião e, numa roda de amigos, ao se dirigir ao graduado, a pessoa teria que primeiro perguntar se ele era militante e se tinha defendido uma tese, para, em seguida, chamá-lo de doutor. Este inconveniente fez com que a tradição passasse a chamar todo graduado em Direito pelo título de doutor, cujo tratamento ainda está presente nos dias atuais com bastante força.
E com relação aos juízes, promotores e médicos?
Ora, se advogados já eram chamados de doutor sem o correspondente título acadêmico, o que dirá de juízes e promotores, que, na visão popular, são autoridades maiores* do que os advogados? Seria, pela lógica, uma afronta, na época, não chamá-los de doutor. Da mesma forma a tradição sancionou o mesmo tratamento. Com relação aos médicos (que somente foram chamados de doutor no século XIX) a explicação pode estar na força etimológica da palavra doutor com a associação ao ensino, ao magistério, que pressupõe uma função que exige notório conhecimento. Como a função de médico (mesmo sem exercer o magistério) sempre foi vista como uma função que exige grande conhecimento, fica fácil entender o porquê de serem chamados de doutor: exatamente pela presunção do alto nível de conhecimento. Assim, médicos são chamados de doutor graças ao significado etimológico da palavra, que se sobrepôs ao que deveria ser o correto.

Corno, chifre e traição: conheça a origem dessa relação

Não há consenso entre os historiadores acerca da origem da relação existente entre o chifre e a pessoa que é traída na relação conjugal. Todavia, algumas são bastante aceitas, as quais serão descritas adiante. Uma delas, ligada ao Brasil, diz respeito ao domínio territorial que o boi (animal) exercia sobre outros bois. Os homens responsáveis pelo cuidado e trato dos animais, ao perceberem que o boi perdedor (vítima da chifrada) ficava sem o território e sem as vacas daquele território, logo teriam comparado o homem traído ao boi chifrado e, por sua vez, associado o chifre ao traído.
Outra versão diz que foi na Europa medieval que
 teria surgido essa associação. Quando um homem era traído, ele deveria preservar sua honra por meio do sangue, em cuja ocasião deveria matar a mulher e o amante. Se isso não ocorria, ele era hostilizado por todos e recebia uma peruca de touro, com dois vistosos chifres. A mais provável, talvez, esteja ligada à cultura grega. Zeus, deus grego de alta respeitabilidade, era craque em trair sua esposa, de nome Hera. Para traí-la, ele se camuflava de touro e passava em frente dela com aqueles enormes chifres. Hera nem desconfiava que fosse seu marido. A última versão sugere que inicialmente o chifrudo era o traidor e não o traído. Posteriormente, teria ocorrido o oposto: o traído é que levaria a fama de chifrudo.


Homem sobreviveu mais de 24 horas dentro de uma baleia

O fato aconteceu no mês de fevereiro de 1891*, perto das Ilhas Falkland. O baleeiro 'Star of the East' circulava próximo às referidas Ilhas, quando o vigia viu uma baleia grande a 4 Km de distância. Capturada a baleia, após a perda de um dos escaleres e após o desaparecimento de um dos tripulantes, cujo nome era James Bertley, a tripulação restante, armada de machados e de pás começaram o trabalho de abertura e remoção da gordura. Decorrido um dia inteiro de serviço, e parte do período noturno, abandonaram temporariamente a tarefa, deixando o serviço remanescente para o novo dia que se avizinhava. Chegado o dia seguinte, ergueram a baleia em ganchos e a levaram para o convés. Quando os marinheiros olharam para o interior da baleia (meio aberta) constataram que havia um objeto semelhante a um ser humano. O nome dele: James Bertley. Isso mesmo. Era o marinheiro que havia
desaparecido por ocasião da captura da baleia e do naufrágio de um dos escaleres. Os marinheiros notaram então que o 'alimento' estava desmaiado e encolhido. Retirado do estranho local, foram realizados os cuidados para que tentassem reaver a saúde do sr. James Bertley. Êxito na empreitada. O tripulante que fora engolido pela baleia teve as suas forças recompostas, bem como a lucidez. Seu rosto, pescoço e suas mãos tinham sido alvejados até ficarem com um branco doentio. Quando perguntado, Bertley afirmou que provavelmente continuaria a viver dentro daquele ambiente sombrio até morrer de fome, porque seu desmaio foi causado por medo e não por falta de ar.
Prova científica: O fato fora constatado após meticulosa investigação científica de dois cientistas, um de nome M. de Parville, redator científico do Journal des Debats, de Paris. *Há mais dois casos semelhantes, um ocorrido no ano 1758 e o outro em 1771, quando os homens engolidos foram vomitados pelas baleias comilonas, um dia depois.

                                                             Último desejo - Noel Rosa

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