quarta-feira, 25 de junho de 2014

O voto não tem preço...

Eleiçõe$$$$$$$$.....

O município de Baraúna poderia estar passando por um ciclo de crescimento baseado em um  planejamento logístico, pelo menos de médio prazo, que trouxesse mais empregos, mais saúde, mais segurança, mais educação e, principalmente, mais moralização na gestão pública, mas infelizmente o que se percebe é justamente o contrário.
Das quatro últimas eleições municipais realizadas em Baraúna, três delas terminaram com cassações judiciais dos prefeitos eleitos nas barras dos tribunais eleitorais, ou seja, em 2000, em 2004 e em 2012.  O direito democrático e soberano da vontade popular em escolher seu governante do poder executivo passou a ser apenas uma utopia, pois o que importa agora é o candidato ter uma boa banca de advogados e influências políticas ou maléficas juntos aos juízes dos tribunais eleitorais, legitimando uma atividade altamente nociva que poderia, sem muito alarde, ser denominada de "indústria do executivo". E quanto ao desenvolvimento do município? bom, o que importa para os grupos políticos que brigam continuamente é ter acesso ao poder, abrigar seus afilhados com empregos e mais empregos e o resto que se "lasque".
Só que esse resto se chama Baraúna que não merecia estar passando pelo que passa onde em menos de 10 meses passa pela sexta alteração de poder e pelo andar da carruagem passará por mais outras sem que se resolva definitivamente essa novela mexicana. Os fornecedores ficam receosos de vender para a prefeitura pois não sabem se vão receber, os médicos não querem mais trabalhar em um município tão instável de governabilidade, não existe um caráter de continuidade administrativa resultando na incerteza e os comissionados e o ocupante da cadeira de prefeito não pode escutar um traque de São João estourar que acha que chegou a hora dele sair. Quase todos os municípios que tinham essas pendengas judiciais já resolveram esses conflitos através de novas eleições que puseram um basta a essa desordem.
O mais interessante é que os vencedores dessas quatro últimas eleições sequer moram efetivamente no município de Baraúna, embora de forma enganosa tenham o domicílio eleitoral em Baraúna. Aparecem aqui de forma ostensiva  no período da eleições e depois desaparecem mais uma vez, enquanto os eleitores nativos ficam brigando entre si dizendo que A é bom e B é ruim, quando na verdade são tudo farinha do mesmo saco e o interesse maior deles na verdade se resume a uma só palavra: dinheiro.
Enquanto isso a zona urbana de Baraúna não tem um sistema de esgotos adequado e quando dá uma garoa é um Deus nos acuda, a ausência de médicos no hospital virou tradição, a insegurança é reinante, as estradas vicinais recebem apenas reparos periódicos e quando recebem, o calçamento é de quinta categoria e estoura mais que traque de São João, a iluminação pública é precária, as entradas da zona urbana são sofríveis e escuras, a educação roda mais do que pião, o trânsito (que poderia ser municipalizado como foi feito em Mossoró) é um samba de crioulo doido onde é cada um por si e Deus por ninguém, e ao final de tudo isso, ficamos apenas torcendo por quem vai entrar ou por quem deve sair do cargo de prefeito. Mas quem é o culpado disso? nós mesmos eleitores que quando chegam o período eleitoral votamos sempre nos mesmos. 
Já tivemos algumas opções de candidatos nativos e que simplesmente foram ignorados pelos eleitores, pois era mais importante votar no verde ou no vermelho e não nas pessoas capazes. E hoje quando se fala em eleição em Baraúna se pergunta? você tem 2 ou 3 milhões de reais para gastar? você tem bons advogados, influência política e jurídica para a gente derrubar o primeiro colocado depois? não importam mais as propostas ou programa de governo (que passou a ser uma utopia). E quem  vende seu voto não tem direito de reclamar depois, pois perde a autoridade moral de cidadão (haja vista que virou simples negociante) e tampouco vale o que recebeu. Quem anda no cabresto é cavalo, quem usa algema é preso e quem come do pirão também prova do cinturão. Daí a importância de refletir sobre a célebre frase de Dom Quixote de La Mancha: 
“A liberdade, Sancho, é um dos mais preciosos dons que os homens receberam dos céus. Com ela não podem igualar-se os tesouros que a terra encerra nem que o mar cobre; pela liberdade, assim como pela honra, se pode e deve aventurar a vida, e, pelo contrário, o cativeiro é o maior mal que pôde vir aos homens.” 


Livro - Dom Quixote de La Mancha - Parte 2, Capítulo 58. Miguel de Cervantes.



Fatiando...

Pelo andar da carruagem a eleição de 2014 em Baraúna para deputado estadual, onde os grupos políticos realmente medem suas forças, vai ficar mais retalhada que carne de terceira. Isso naturalmente evidencia a tendência de mandar a polarização entre somente dois pólos para as cucuias. Naturalmente que a prefeitura, pelo próprio poder da máquina administrativa, sempre tem a maioria dos votos, por motivos óbvios, que todos negam, mas na prática a gente sabe como funciona. Mas mesmo esse poder hoje já não é mais o mesmo a partir da fragmentação dos diversos grupos políticos onde todos querem ser caciques e ninguém mais quer ser índio. Apesar do aumento do número de eleitores, que hoje ultrapassa 17.000 pessoas, mas quando se joga para o espaço os votos em branco e os nulos, a verdade poderá mostrar que o candidato a deputado estadual mais votado talvez não atinja 3.000 votos, mesmo com uso da máquina e os cambaus. Hoje Baraúna possui mais de 17 partidos e esse fatiamento tende a esfarelar os votos. Os grandes partidos já não conseguem mais atrelar os votos, ou seja, o chamado voto "casado" entre suas próprias lideranças, pois cada um já tem seus próprios interesses. E nesse jogo de vaidades onde cada um quer mostrar que tem mais liderança que o outro, as propostas dos candidatos pouco tem valor, pois o que realmente interessa é outro valor....

Chega de conversa...

Prefiro não acreditar em boatos, até porque aqui não se "planta" notícia falsa para mentir para a população como fez um determinado vereador visando seus próprios interesses, daí a credibilidade desse blog. Mas caso seja realmente confirmado o boato de fechamento da BIBS em Baraúna seria um retrocesso tamanho para o município, haja vista que não se é buscando DNA de quem fez que se resolve os graves problemas municipais, dos quais a segurança hoje se situa entre as três maiores preocupações dos cidadãos. Independente de quem fez ou quem deixou de fazer, a prefeitura municipal hoje não pode mais voltar atrás e fugir desse grave problema que atormenta aos moradores baraunenses, haja vista que além de perder totalmente a credibilidade perante a polícia militar do RN, também repercutiria de forma extremamente negativa perante a população, onde a cada crime que porventura vier  a ocorrer no futuro, terá sua fatura cobrada e direcionada de forma negativa imediatamente para o gestor público municipal. Não adianta tentar fazer jogo de empurra-empurra jogando sempre a culpa para os outros, retirando dos seus ombros a responsabilidade que lhe cabe e mascarar uma realidade que assombra aos cidadãos que pagam seus impostos e exigem segurança. Quem tem realmente competência, não fica se desculpando. Acha um jeito e resolve. O povo quer menos conversa e mais ação.

A história de uma professora baraunense que realmente trabalha pelo município...

Maria do Socorro Dantas nasceu no sítio Pico Estreito, comunidade rural de Baraúna. É uma simples professora. Teve que batalhar bastante para chegar até aqui. A mesma é filha de agricultores e tem quinze irmãos, mãe de dois filhos, mora na comunidade de Aroeira Grande, no município de Baraúna-RN. Em sua infância tinha que trabalhar e estudar. Ia com seus irmãos a pé para a escola. Logo após terminar 4º série, foi morar e estudar em Porto Velho-RO, pois foi impedida de continuar seus estudos aqui. Morou com seu irmão lá em Porto Velho-RO. Concluiu o ensino fundamental em quatro anos. Depois voltou para casa no ano de mil novecentos e novante a quatro. Contudo também não podia continuar seus estudos (o seu maior sonho). Só depois de casada, no ano de mil novecentos e noventa e oito, com o apoio do seu
esposo, terminou o magistério. Fez o concurso da época (1996), passou e começou a trabalhar e continuou a estudar. Quando estava no inicio da faculdade, sua primeira filha veio a caminho. Mesmo assim, não parou de estudar, nem trabalhar. Quando terminou o curso de pedagogia, começou em sua especialização em educação infantil e alfabetização. Conclui o mesmo e hoje, deu inicio ao mestrado (no início ainda). Vale ressaltar que no início de sua especialização, veio aí o seu segundo filho. Mesmo assim, com seus deveres maternos, Socorro não desiste de trabalhar e estudar. A mesma tem o carinho e o respeito de muitas pessoas (inclusive de seus alunos). Ela é, e sempre foi uma pessoa religiosa, gosta de participar das missas e festejos da igreja. Casou-se na igreja, fez a 1º eucaristia, a crisma, e batizou-se pela igreja católica. Bom, hoje está com dezenove anos de serviços prestados a escola municipal de 1º grau Olavo Bilac, na qual trabalhou todos esses anos.



                                                            Turbilhão - Moacir Franco


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