O final melancólico do governo do DEM no Rio Grande do Norte, onde a maioria esmagadora do próprio diretório regional não quer o lançamento da candidatura da governadora a reeleição para não definhar ainda mais o partido, mostra a fragilidade de um partido que teve seus tempos áureos no passado, mas hoje está em ritmo inevitável de decadência política. E não é somente em nível de Estado, vejam por exemplo o caso dramático do DEM baraunense que amargou uma posição vergonhosa em 2012 tendo sua candidatura majoritária obtido menos votos (248) que o vereador menos votado de Baraúna (que obteve 283 votos).
O senador José Agripino não é nenhum inexperiente em política, pois tem mais de 40 anos de vida pública e sabe bem dos índices subterrâneos de rejeição da atual governadora há menos de 4 meses de uma eleição, numa empreitada praticamente impossível, pois se não fez nada em 3 anos e meio, que milagres faria em 3 meses para conseguir ser reeleita? se conseguiu a antipatia total de todas as categorias de funcionários públicos estaduais com uma rejeição estratosférica, o que iria mudar em 3 meses para reverter essa rejeição? além de estar eleitoralmente inelegível se segurando apenas com uma liminar dada pelo TSE enquanto é julgado o mérito de um processo judicial.
Preocupado com esse quadro dantesco é natural que os deputados estaduais do DEM (os que ainda restam) e o único federal percebessem que corria o risco da governadora não se reeleger (o que seria o mais provável) assim como eles também perderem os seus mandatos que ainda restam na proporcional. Como a maioria dos partidos se afastaram do governo e formaram uma coalização com Henrique Alves, restava ao DEM correr com suas próprias pernas para obter os quocientes eleitorais para reeleger os quixotescos deputados estaduais do DEM em extinção. Intimaram a governadora a conseguir pelo menos dois partidos para formalizar uma coalização na proporcional que garantisse pelo menos a reeleição dos atuais edis. A governadora só conseguiu trazer um partido: o PP de seu cunhado Betinho Rosado. Extremamente risível, mas foi a realidade que obteve.Mas o fim do DEM é uma morte já anunciada há tempos, por fatores externos e internos.
Os fatores externos se devem principalmente quando Lula assumiu o poder em 2002. A partir daí a oposição ficou limitada principalmente ao PSDB e ao DEM em nível nacional. O PSDB, melhor estruturado, conseguiu o governo de Estados como Minas Gerais e São Paulo, mantendo sua influência oposicionista. O DEM foi minguando lentamente e em 2012 e ficou restrito somente ao governo do Rio Grande do Norte. A ausência de verbas federais foi "matando na unha" os governos do DEM e essa ausência de oxigenação foi fatal no RN.
Internamente, a governadora Rosalba passou os dois primeiros anos olhando somente para o retrovisor,
culpando ex-governadores (uma política já antiquada em termos administrativos). Pensou que governar o Rio Grande do norte seria semelhante a governar o gueto eleitoral de Mossoró. Colocou o marido debaixo do braço, que passou a ser seu Leão de Chácara na governadoria em Natal e foi afastando lentamente os ex-aliados de campanha, a começar do seu vice-governador Robinson Farias que abriu logo cedo. No terceiro ano seu governo se transformou num limbo, onde nada acontece e onde somente o tempo se arrasta. No quarto e último ano (ufa) começou a colher o que não plantou: vaias e mais vaias por onde passava. Com tanta incompetência junta, nem o próprio partido aguentou: ou a gente perde os dedos ou perde os anéis. Decidiram perder os anéis e conseguir sobrevivendo.
Resolvendo...
O prefeito Tértulo Alves e o secretário Flávio Matias se reuniram ontem com a categoria dos professores públicos municipais na câmara e anunciaram algumas medidas de impacto positivo. A partir desse mês de Junho todos os professores públicos municipais receberão obrigatoriamente o valor do piso nacional unificado do magistério, ou seja R$ 1.527,00 reais para uma carga horária de 30 horas. Em outras palavras, todos os demais benefícios serão calculados a partir desse salário base, o que não vinha acontecendo nas gestões anteriores. Os professores recebiam o valor do piso mas com os acréscimos para poder se atingir aquele limite mínimo. Agora não. A partir do piso obrigatório que o prefeito Tértulo aprovou é que irão se calcular
e acrescentar os demais benefícios. é um ganho financeiro para toda categoria que saiu satisfeita com a boa notícia. Mas não ficou só nisso. O prefeito também vai implementar a mudança das letras da categoria que tinha sido prometida, mas não foi efetivada. Além do mais, pediu um prazo de 45 dias ao sindicato público municipal para analisar o plano municipal da educação, inclusive vai verificar o mais rápido possível a possibilidade de incluir as demais categorias com reajustes salariais, tais como os motoristas, vigias, técnicos administrativos. São atitudes práticas que vem dando uma boa imagem ao prefeito Tértulo que vem demonstrando determinação e independência para resolver as questões municipais, ou seja, ninguém pega na sua munheca e diz o que ele deve fazer ou não deve fazer. Parabéns ao prefeito Tertinho e ao secretário da educação Flávio Matias que se empenharam para resolver essas pendências.
Detalhes - Roberto Carlos
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