Rapidinhas da terça...

Engrossando o caldo...

Está claro que foi celebrado um pacto político entre Marina e Campos, que disputam o mesmo sonho. Afinal, a ex-senadora tinha sete legendas à sua disposição, inclusive o PPS, que ainda tem um certo prestígio na praça, digamos assim. Poderia se filiar a um deles e buscar a coligação com os outros seis, nada mal. Mas ela preferiu fazer um pacto com outro presidenciável. Mas que acordo será esse, que a ex-senadora julgou tão proveitoso que desprezou as outras sete legendas. É claro que Marina Silva e Eduardo Campos fizeram um acerto nesses termos: 1) unem as forças de cada um; 2) o candidato à Presidência será aquele que estiver à frente nas pesquisas, na época da convenção. O acordo é este, até porque não 

há possibilidade de ser outro, o que explica as declarações de Marina descartando a candidatura a vice-presidente e as afirmações genéricas de Eduardo Campos sobre interesse nacional, renovação etc e tal, sem mencionar a questão da vice-presidência. Realmente, foi um golpe de mestre na política nacional, sacado na undécima hora e que beneficia os dois presidenciáveis, porque a partir de agora Marina e Campos estão à frente dos acontecimentos, são a grande novidade, os holofotes da mídia estarão focados sobre eles o tempo todo. Genial. Mas quem será o candidato à Presidência? Quem será o vice? São perguntas ainda sem respostas, que dependem do futuro e das pesquisas. E ninguém sabe se o acordo impõe a candidatura a vice-presidente para quem estiver atrás nas pesquisas. Pode nem incluir, pois os dois têm eleições praticamente garantidas para o Senado, em seus Estados, o Acre e Pernambuco. Outro dado importante é que será uma campanha muito rica, sem problema de recursos, porque por trás de Marina Silva está a bela socialite Maria Alice Setubal, herdeira do grupo Itaú e detentora de 3,5% das ações da holding. E não é preciso dizer mais nada. (Newton Carlos)

Costurando...

A chapa da oposição ao governo do Estado está praticamente costurada em Natal tendo Henrique Alves como cabeça e Robinson Farias como vice novamente. Para o senado a costura aglutina Wilma de Farias (que deverá enfrentar um embate duríssimo pela vaga com a deputada federal Fátima) e para deputado federal Walter Alves. Falta apenas contemplar nesse jogo de xadrez, o atual prefeito natalense Carlos Eduardo Alves, que deverá também engrossar as fileiras da oposição. Quanto a atual governadora se conseguir "destrocar" em miúdos o dinheiro do empréstimo do banco mundial com as prefeituras municipais poderá ainda reunir forças suficientes para sair do balão de oxigênio eleitoral, caso contrário, acompanhará Micarla no rol das experiências decepcionantes e ridículas a serem esquecidas e enviadas diretamente ao lixo da história política potiguar.

Instantes

Se eu pudesse viver novamente a minha vida,

na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido;

na verdade, bem poucas pessoas levariam a sério.

Seria menos higiênico. Correria mais riscos,

viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,

subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui,

tomaria mais sorvete e menos lentilha,

teria mais problemas reais e menos imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu

sensata e produtivamente cada minuto da sua vida.

Claro que tive momentos de alegria.

Mas, se pudesse voltar a viver,

trataria de ter somente bons momentos.

Porque, se não sabem, disso é feito a vida:

só de momentos - não percas o agora.

Eu era um desses que nunca ia a parte alguma

sem um termômetro, uma bolsa de água quente,

um guarda-chuva e um pára-quedas;

se voltasse a viver, viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver,

começaria a andar descalço no começo da primavera

e continuaria assim até o fim do outono.

Daria mais voltas na minha rua,

contemplaria mais amanheceres

e brincaria com mais crianças,

se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos

e sei que estou morrendo.

De Nadine Stair - Atribuído a Jorge Luís Borges

                                  Dio come ti amo - Gigliola Cinquetti - 1966 (444)