sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Rapidinhas da sexta...

Na luta...

A postura adotada pelo sindicato dos funcionários públicos municipais na defesa dos seus associados merece elogios de toda sociedade civil organizada. Os professores conseguiram mostrar que não abrem mão de seus direitos e se organizam na luta. A parada dos dias 25 e 26 desse mês de setembro já produziu seus primeiros frutos ao conseguir com que a prefeitura pagasse o famigerado rateio do FUNDEB de 2013 no dia de ontem que já vinha se arrastando há meses. A bandeira de luta visa 

implementar as conquistas no plano de cargos e salários que ainda dorme na gaveta. Enquanto isso as escolas estão sendo "inchadas" com pessoas olhando umas para as outras e sem ter o que fazer, contratadas emergencialmente tentando impulsionar a qualquer custo a candidatura de Gustavo Fernandes por cima de pau e pedra. Segundo os rumores, as pessoas estão entrando sem assinar qualquer tipo de contrato e serão demitidas tão logo passem as eleições, caracterizando estelionato eleitoral. Alô ministério público e justiça eleitoral, isso por si só já caracteriza abuso de poder econômico. Basta fiscalizar. Enquanto isso as comunidades estão sofrendo o pão que o Diabo amassou e a míngua por falta de água, entre as quais as comunidades do Juremal, Vertentes e Campestre.

Compra de votos...

Por falar em estelionato eleitoral, o competente Juiz Eleitoral José Herval Sampaio Júnior em seu livro recentemente publicado "Abuso do poder nas eleições - Ensaios", na página 354  alerta sobre a resolução nº 20.531, de 14.12.1999, do relator ministro Maurício Côrrea do TSE que caracteriza a captação ilícita de votos a partir do "oferecimento de promessa ou vantagem ao eleitor, com o fim de obter o voto", estipulando quatro critérios que devem ser levados em conta:
a) a prática de uma conduta punível (doar, oferecer, entregar);
b) a legitimidade da conduta (deve partir do candidato ou de outrem a mando dele);
c) a finalidade (que tenha o dolo de comprar votos)
d) lapso temporal (a prática ilícita deve ocorrer entre o registro da candidatura e o dia da eleição)

Dilma quer cortar aposentadoria das viúvas...

Depois de anunciar que irá aumentar a idade mínima para a aposentadoria, o governo Dilma prepara outro ataque contra a população, principalmente contra as mulheres. Nos próximos dias será aberta
 uma discussão dentro do governo para estabelecer novas regras para pensões por morte. A proposta do governo pretende englobar tanto o setor público como privado.  A articulação para a aprovação deste ataque aos trabalhadores está sendo feita entre os ministros da Previdência, Garibaldi Alves e da Fazenda, Guido Mantega. Eles pretendem apresentar a mudança por meio de uma lei ordinária, o que necessitaria apenas de uma vitória por maioria simples no Congresso Nacional. 
Antes da votação no Congresso, o governo quer um acordo com as Centrais Sindicais. A expectativa é que o apoio da burocracia sindical facilite a aprovação pelos deputados e senadoras.  Segundo informações divulgadas pela imprensa capitalista seriam feitas cinco alterações: impor um período mínimo de contribuição, obrigar o dependente a provar que não pode se manter sozinho, definir limite de tempo para que viúvas jovens recebam algum valor, proibir o acúmulo de pensão e outros benefícios e limitar a liberação de pensões.  Embora as regras ainda não estejam definidas de forma objetiva, podemos ver que o 
número de pensões por morte será reduzido drasticamente.  Se levarmos em consideração esta mudança, o aumento da idade mínima da aposentadoria e outras medidas que deverão ser anunciadas, chegaremos a conclusão que o governo do PT pretende liquidar com os benefícios da previdência social.  É preciso denunciar mais esta medida neoliberal do governo petista e organizar os trabalhadores contra esta nova versão da reforma da previdência que Dilma Rousseff pretende aprovar em um futuro próximo.

Comício de beco estreito - Jessier Quirino

Pra se fazer um comício
Em tempo de eleição
Não carece de arrodei
Nem dinheiro muito não
Basta um F-4000
Ou qualquer mei caminhão
Entalado em beco estreito
E um bandeirado má feito
Cruzando em dez posição.
Um locutor tabacudo
De converseiro comprido
Uns alto-falante rouco
Que espalhe o alarido
Microfone com a flanela
Ou vermelha ou amarela
Conforme a cor do partido.

Uma gambiarra véia
Banguela no acender
Quatro faixa de bramante
Escrito qualquer dizer
Dois pistom e um tarol
Pode até ficar melhor
Uma torcida pra torcer.
Aí é subir pra riba
Meia dúzia de corruto
Quatro babão cinco puta
Uns oito capanga bruto
E acunhar na promessa
E a pisadinha é essa:
Três promessas por minuto.
Anunciar a chegança
Do corruto ganhador
Pedir o “V” da vitória
Dos dedos dos eleitor
E mandar que os vira-lata
Do bojo da passeata
Traga o home no andor.
Protegendo o monossílabo
De dedada e beliscão
A cavalo na cacunda
Chega o dono da eleição
Faz boca de fechecler
E nesse qué-ré-qué-qué
Vez por outra um foguetão.
Com voz de vento encanado
Com o VIVA dos babão
É só dizer que é mentira
Sua fama de ladrão
Falar do roubo dos home
Prometer o fim da fome
E tá ganha a eleição.
E terminada a campanha
Faturada a votação
Foda-se povo, pistom
Foda-se caminhão
Promessa, meta, programa…
É só mergulhar na brahma
E curtir a posição.
Sendo um cabra despachudo
De politiquice quente
Batedorzão de carteira
Vigaristão competente

É só mandar pros otário
A foto num calendário
Bem família, bem decente:
Ele, um diabo sério e honrado
Ela, uma diaba influente
Bem vestido e bem posado
Até parecendo gente
Carregando a tiracolo
Sem pose, sem protocolo
Um diabozinho inocente.

Para um mesmo fim
Expressar a alma humana
não é, porém, um fim em si,
mesmo que tenhamos
que beber em pequenos goles
o sobejo da morte.
As ruas, abandonadas e vazias,
tornam-se herméticas, fechadas...
Em silêncio cristalizam o tempo
onde as visões pessoais endurecem
e tornam-se dogmas hostis.




                                                             Ave noturna - Fagner


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