Rapidinhas da terça....

O município de Baraúna passa por problemas estruturais justamente pela ausência de visão de futuro das administrações municipais que passaram a enxergar um único caminho como condutor do progresso, ou seja, calçamento nas coxas de ruas urbanas com paralelepípedos como opção visual de obras (no velho estilo copiado de Rosalba das praças) e esqueceram dos demais segmentos que constituem a convivência e o bem estar social.
O primeiro e mais básico decorre da necessidade elementar de água para consumo humano, tanto na zona urbana como na zona rural. O município deu um salto quantitativo em seu aporte populacional que quase que duplicou decorrente da  fruticultura irrigada e das empresas privadas do setor de cimento, mas nenhum investimento nesse setor foi realizado que aumentasse a vazão de água disponível para a população urbana e a continuar nesse compasso teremos problemas graves  de abastecimento em breve e não é fruto somente da seca que assola nossa região, mas sim da incompetência administrativa de gestores enrolados em suas próprias limitações de visão de futuro.
Mesmo com essa população aumentando drasticamente, a qualidade da saúde piorou de vez e o único hospital que o município possui vive momentos de angústia com crises diárias e constantes no atendimento médico. Um dia tem médico, outro dia só Deus sabe. Vejam senhores a que nível chegou esse município com quase 30.000 habitantes ser obrigado a viver de ilusões futuristas patéticas baseados numa visão retrógrada de bibelôs de políticos que passeiam em Dubai e riem da miséria dos humildes baraunenses que servem apenas como mercadoria eleitoral com cifrão na testa. Esses ricos mercenários mossoroenses tem planos de saúde caros e pagam por eles para atender suas necessidades de saúde e são atendidos em caríssimos hospitais particulares de Fortaleza, mas o povo baraunense é submetido a humilhações diárias com ausência de um simples profissional da saúde a quem chamamos de "doutor".
Na educação a ausência de qualificação é deprimente e uma boa parte dos educadores são provenientes de contratos provisórios arrumados às pressas para atender objetivos políticos e o nosso IDEB vai cada vez mais ficando para trás, mesmo fazendo "arrumadinhos" durante as avaliações. Uma das creches infantis já foi fechada e a creche modelo é um exemplo de "elefante branco" com um prédio muito bonito por fora, mas com um quadro profissional de dar dó. Gaiola bonita não dá de comer a passarinho. A utilização política da secretaria da educação desvirtua totalmente qualquer objetivo sério de avanço educacional.
As secretarias da habitação e do turismo servem apenas como trambolhos administrativos para pagar salários aos apaniguados políticos e se transformam em mais despesas desnecessárias para o município, pois suas atuações são limitadas a ações únicas e esporádicas que acontecem uma vez ao ano.
O município hoje possui as suas maiores obras provindas ou da iniciativa privada como a doação de asfalto pela Mizú para recapeamento asfáltico de algumas ruas urbanas ou de convênios federais como a construção de uma praça que não saiu do papel e de um pórtico cujo dinheiro federal já saiu há muito tempo e sua construção a ritmo de tartaruga já tem provocado até mortes no local. A iniciativa privada faz a sua parte, o governo federal faz a sua parte, mas o poder público municipal não tem competência para sequer ensaiar passos rumos a um desenvolvimento sustentável prevendo as taxas de crescimento populacional e as necessidades de infraestrutura logística social. Resultado disso: profissionais incompetentes colocados simplesmente por compromissos políticos assumidos e causando o retrocesso baraunense. O exemplo claro da incompetência astronômica em realizar um simples transporte de peixes doados pelo governo estadual de Mossoró para Baraúna e efetivar sua distribuição com os efetivos portadores do bolsa-família. Há limites para tanta incompetência. Só não sabemos até quando o município de Baraúna servirá de cobaia para tanta experiência negativa.