O que aconteceu com Wilson Simonal?
Numa época de talentos eternos e revolucionários, Wilson Simonal brilhou como ninguém e inovou como poucos. Juntando qualidade, carisma, simpatia, suingue, charme, sensualidade e muito talento, ele se tornou a sensação do Brasil e ainda conquistou o público internacional. De repente tudo acabou. Boatos, acusações, mistérios, patrulhas e perseguições.
Wilson Simonal de Castro nascido no Rio de Janeiro em 23 de Fevereiro de 1938 foi um cantor brasileiro de muito sucesso nas décadas de 1960 e 1970, chegando a comandar um programa na TV Tupi, "Spotlight", e dois programas na TV Record, "Show em Si... Monal" e "Vamos S'imbora", e a assinar o que foi considerado na época o maior contrato de publicidade de um artista brasileiro, com a empresa britânica Shell.
Cantor detentor de esmerada técnica e qualidade vocal, Simonal viu sua carreira entrar em declínio após episódio no qual teve seu nome associado ao DOPS, envolvendo a tortura do seu contador Raphael Viviani. O cantor acabaria sendo processado e condenado por extorsão mediante sequestro, sendo que, no curso deste processo, redigiu um documento dizendo-se delator, o que acabou levando Simonal ao ostracismo e a condição de pária da música popular brasileira.
Seus principais sucessos são "Balanço Zona Sul", "Lobo Bobo", mamãe passou açúcar em mim, "Nem Vem que não Tem", "Tributo a Martin Luther King", "Sá Marina" (que chegou a ser regravada por Sérgio Mendes e Stevie Wonder, como "Pretty World", " País tropical", de Jorge Ben, que seria seu maior êxito comercial, e "A Vida É Só pra Cantar". Simonal teve uma filha, Patrícia, e dois filhos, também músicos: Wilson Simoninha e Max de Castro. Simonal caiu em absoluto esquecimento a partir década de 1980 Segundo sua segunda mulher, Sandra Cerqueira, "Ele dizia para mim: 'Eu não existo na história da música brasileira' ". Tornou-se deprimido e alcoólatra, vindo a morrer de cirrose hepática decorrente do alcoolismo em 25 de junho de 2000.
Sete avanços mais recentes da ciência no combate ao câncer
1 - MEDICAMENTOS INTELIGENTES
A QUIMIOTERAPIA MODERNA CONTA COM DROGAS INTELIGENTES, QUE SABEM COMO CHEGAR AO TUMOR, ONDE EXATAMENTE ATACÁ-LO E COMO DESTRUÍ-LO - SEM CAUSAR TANTOS EFEITOS COLATERAIS AOS PACIENTES.
A quimioterapia é ainda uma grande aliada no tratamento de muitos tumores. No entanto, ao receber a notícia de que o procedimento será necessário, a maioria das pessoas reage de maneira negativa. E não é à toa. Durante muito tempo os pacientes submetidos à quimioterapia sentiam fortes náuseas e vômitos, sem falar na queda de cabelos... Muitos, por conta desses inconvenientes, desistiam do tratamento. Os medicamentos convencionais têm o poder de "matar" as células do corpo que se multiplicam constantemente, pois essa é a principal característica das células tumorais. O problema é que outras células saudáveis, como as responsáveis pelo crescimento do cabelo ou as que fazem o aparelho do trato intestinal funcionar, também se proliferam rapidamente. Como essas drogas não fazem a diferenciação entre as boas e as ruins, elas acabam aniquilando todas elas.
O que há de novo
Hoje já existem remédios específicos para serem usados paralelamente para controlar essas reações indesejáveis. E a "bola da vez" da quimioterapia são os remédios inteligentes, com ação seletiva. Eles agem diretamente no alvo, ou seja, somente nas células cancerosas, preservando as saudáveis, graças aos estudos ao redor do mundo que estão revelando o processo de formação, desenvolvimento e características genéticas dos tumores. "Essas novas drogas são maravilhosas, mas precisamos aprender mais sobre as combinações certas para produzir melhores resultados", lembra a médica pesquisadora Nise Hitomi Yamaguchi. Uma conquista memorável é o novo remédio para tratar a leucemia de mielóide crônica (LMC), um câncer que atinge a medula óssea. A novidade só foi possível após constatação de que a doença, na maioria dos casos, apresenta uma alteração no cromossomo, (relevante componente no momento da divisão celular) chamado de Philadelphia. O quadro é grave e a única terapia disponível até então era o transplante de medula óssea - procedimento indicado somente para 20% dos pacientes. Há uns quatro anos, o desenvolvimento da droga mesilato de imatinib devolveu a esperança a muitos. O uso do medicamento (mesmo que seja para o resto da vida) destrói o câncer sem a necessidade de um transplante. Embora os pesquisadores ainda sejam cautelosos em afirmar se a LMC pode ou não voltar algum dia...
2 - HORNOTERAPIA
A hormonioterapia foi um dos primeiros avanços no combate ao tumor de mama. "Só para se ter uma ideia da importância, antes de seu surgimento, a única saída para as mulheres era a retirada completa da mama e, muitas vezes, dos ovários (órgão responsável pela produção dos hormônios femininos, potenciais incentivadores do crescimento de muitos tipos de tumor)", explica Sérgio Simon, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Por evitar, em muitos casos, os procedimentos mutilantes, sua aplicação também se estendeu ao câncer de próstata (pois este tumor depende da testosterona - o hormônio masculino - para manter-se ativo).
ENTENDA MELHOR
Para que a hormonioterapia seja uma opção, o tumor é analisado, retirando um pedaço (biópsia), para saber se ele depende ou não dos hormônios do indivíduo para sobreviver. No caso dos tumores de mama, por exemplo, a terapia age por meio de drogas que têm a habilidade de impedir a produção hormonal pelos ovários ou de combater sua ação danosa no organismo, sem a necessidade de removê-los. "Mulheres com câncer de mama são 40% mais propensas a apresentar tumores que dependem de hormônios para viver. Após a menopausa, o índice sobe para 60%", explica a médica Nise Hitomi Yamaguchi. Já em situações de câncer de próstata, a técnica inibe ou reduz a produção do hormônio masculino.
O que há de novo
Geralmente, quando os medicamentos - caso dos antibióticos, por exemplo - são usados com freqüência (ou de forma incorreta), eles podem colaborar para que seus "alvos" (ou seja, bactérias, vírus, etc) tornem-se resistentes a eles. Algo parecido pode ocorrer com as células tumorais, que continuam agindo independentemente dos hormônios. E aí a hormonioterapia já não as destrói mais. Como a tecnologia é o braço direito das evoluções nesse campo médico, ela tem conseguido driblar esses e outros contratempos. Segundo a oncologista Nise Yamaguchi, estudos já conseguiram com sucesso fazer com que os tumores voltem a depender dos hormônios, o que garantiria novamente a eficácia da hormonioterapia.
3 - ABAIXO AS CIRURGIAS
CADA VEZ MAIS O BISTURI ESTÁ SENDO AFASTADO DAS OPÇÕES DE TERAPIA. MAS, QUANDO A CIRURGIA É NECESSÁRIA, OS MÉDICOS RECORREM A PROCEDIMENTOS MAIS MODERNOS: MINIMAMENTE INVASIVOS
Mesmo que ainda não tenhamos testemunhado avanços tão impactantes como os que assistimos em fi lmes de fi cção científi ca, é notável o que vem acontecendo com os procedimentos cirúrgicos. Durante décadas, eles foram a única alternativa que os médicos tinham à mão para acabar com o câncer. Se o indivíduo tinha tumor no braço, o membro todo era amputado. Em casos de tumores mamários, as mulheres tinham suas mamas retiradas (cirurgia de mastectomia) por completo, inclusive atingindo boa parte das axilas. O radicalismo era a opção, pois era mais seguro "arrancar o mal pela raiz", para evitar que a doença retornasse e progredisse para a temida metástase. Mais uma vez, a escassez de conhecimento sobre a ação e as características dos tumores impedia o uso de outras técnicas menos invasivas e igualmente viáveis. Hoje, a primeira tentativa dos médicos é pelas cirurgias conservadoras. "Antes de pensarmos em retirar a mama de uma paciente com câncer, por exemplo, analisamos os linfonodos (gânglios linfáticos localizados nas axilas) e, se não estiverem comprometidos com a doença, preservamos o local", esclarece Maria Aparecida Koike Folgueira, oncologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Em outras situações, ainda, a quimioterapia e/ou radioterapia é usada para diminuir o tumor, para só depois ser feito o procedimento cirúrgico.
O que há de novo
Alguns especialistas acreditam que é bem provável que já estejamos caminhando para um futuro, embora ainda um pouco distante, em que a retirada do tumor não será mais necessária. Mas, até lá, contamos mesmo é com o aprimoramento dos processos cirúrgicos. Bons exemplos são as cirurgias para tirar tumores do pulmão (videotorascopia) e do intestino (videolaparoscopia). "Para a remoção de tumores intestinais, por exemplo, fazemos apenas alguns furinhos no abdômen do paciente para a entrada de pequenos instrumentos especiais e microcâmera", explica o oncologista Sérgio Simon do Hospital Albert Einstein (SP).
4 - RADIOTERAPIA DIRECIONADA
JÁ EXISTEM APARELHOS CAPAZES DE EMITIR A RADIAÇÃO SOMENTE NAS CÉLULAS CANCEROSAS E DE, INCLUSIVE, CONTROLAR A QUANTIDADE NECESSÁRIA EM CADA PARTE DO TUMOR
Ainda não chegou a hora de a radioterapia ser aposentada. Ela é ainda fundamental no tratamento e na cura de muitos tumores (considerados radiossensíveis), principalmente quando combinada a outras técnicas. O inconveniente é que a técnica acaba matando as células sadias de multiplicação rápida (mesma característica das cancerosas), responsáveis pelo crescimento dos pêlos (daí a queda de cabelos), pela renovação da pele e pelo revestimento dos intestinos, ovários, testículos e medula óssea, o que provoca inflamações locais. Isso é comum à radioterapia convencional, pois é difícil para os médicos definirem "a mira" exata para atingir o tumor, sem afetar as partes saudáveis do corpo.
O que há de novo
A Radioterapia com Intensidade Modulada de Feixe (IMRT, sigla do termo em inglês) localiza o tumor por computador (protegendo ao máximo as células sadias e acertando com mais eficácia as "anormais") e controla as doses irradiadas, que podem ser distintas em cada parte do câncer. "Quando, por exemplo, o paciente com tumor no pulmão respira, o nódulo se move. Esse aparato novo ajusta a radiação ao alvo, mesmo que ele se mexa", comemora a oncologista Nise Yamaguchi. Em relação aos danos provocados à medula óssea - comum em indivíduos que precisam receber altas doses de radioterapia - tem sido aplicada uma técnica especial de transplante, graças à engenharia genética. Antes do início da radioterapia, as células tronco da medula óssea do próprio indivíduo são retiradas e "após o tratamento, são injetadas de volta à região danificada", conta a oncologista Nise Yamaguchi. Essas células, encontradas também em outras partes do corpo, têm a capacidade de se multiplicar e de se regenerar.
5 - TESTES GENÉTICOS
HOJE É POSSÍVEL FAZER EXAMES QUE IDENTIFICAM A PRESENÇA OU NÃO DE GENES ASSOCIADOS A ALGUNS TUMORES. MAS ISSO NEM SEMPRE QUER DIZER QUE A PESSOA DESENVOLVERÁ A DOENÇA FUTURAMENTE
A última invenção polêmica na tentativa de se prevenir tumores são os testes genéticos. Segundo Cassandra Corvello, assessora médica da área de aconselhamento genético do Fleury Medicina e Saúde, eles já estão disponíveis em alguns laboratórios brasileiros (a preços muito altos) e identificam os genes responsáveis por alguns tipos de câncer de mama, intestino, tireóide e retina. Sabe-se que os genes BRCA I e II, por exemplo, estão presentes em alguns dos casos (5% a 10%) de câncer de mama hereditário. Se eles são encontrados, não significa que a pessoa irá desenvolver o câncer - apesar de as probabilidades disso ocorrer variarem entre 60% e 80%. Da mesma forma, se a pessoa fizer o teste e der negativo, não quer dizer que ela está livre da enfermidade. Até porque o BRCA não está relacionado a todos os casos, lembra-se?
"Só não sabemos ainda o que fazer com as informações", afirma Carlos Gil Ferreira, chefe do serviço de pesquisa clínica do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O que fazer com o resultado se ainda não é possível prevenir esse tipo de câncer de mama (somente fazer sua detecção precoce)? Muitas mulheres submetidas ao exame ficam apavoradas ao saber da presença do gene BRCA e (com a ajuda dos médicos) decidem por retirar toda a mama antes mesmo de o tumor surgir (e se surgir). Acontece o mesmo quando o resultado é para o câncer de intestino: como neste caso a chance de ocorrência é de 100%, os pacientes são submetidos à cirurgia de extração do intestino grosso. Essas decisões têm gerado controvérsias.
Por tudo isso, atualmente, esses testes são indicados somente para quem tem forte histórico familiar de tumores de mama, intestino, tireóide e retina (cânceres com característica hereditária) ou que tenham parentes próximos com tumores originados em múltiplos pontos do corpo.
6 - VACINAÇÃO CONTRA O CÂNCER
A PRIMEIRA CONQUISTA NESSE CAMPO FOI A VACINA CONTRA O VÍRUS HPV, RESPONSÁVEL POR 98% DOS CASOS DE CÂNCER DE COLO UTERINO. MAS OUTRAS VACINAS, TERAPÊUTICAS E PREVENTIVAS, ESTÃO SENDO CRIADAS E TESTADAS.
7 - QUIMIOPREVENÇÃO
A TÁTICA VAI DESDE A UTILIZAÇÃO DE NUTRIENTES ENCONTRADOS NOS ALIMENTOS ATÉ O USO DE DROGAS (ANTES MESMO DA PRESENÇA DO TUMOR) QUE REDUZEM OS RISCOS DE DESENVOLVER UM CÂNCER
A linha mais branda da quimioprevenção parte do consenso de que boa parte dos tumores pode ser evitada, pois são resultados dos hábitos de vida que adotamos. É claro que fatores como predisposição genética, hereditariedade, características individuais do sistema imunológico, sexo e idade são relevantes. Mas, no geral, algumas atitudes valem ouro para, ao menos, minimizar os riscos de desenvolver tumores.
O primeiro passo é uma alimentação saudável com a adição de alimentos que já tiveram sua ação comprovada na prevenção de doenças. Entre eles, o licopeno (do tomate, das frutas vermelhas e roxas), as catequinas (do chá verde), as fibras solúveis (pectina, encontrada na casca das frutas) e insolúveis (dos cereais integrais), a isoflavona (da soja), entre outros. Abandonar o cigarro é atitude importante. O fumo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão. E estima-se que 35% de todos os tipos de câncer têm relação com o hábito de fumar.
Já a estratégia mais agressiva envolvendo a quimioprevenção é o uso de medicamentos antes mesmo de o problema aparecer. Esse procedimento, geralmente, é adotado contra o câncer de mama, pois é sabido que uma proporção da doença é hereditária, ou seja, mulheres com histórico da doença em familiares próximas (mãe, tia, irmã) têm maiores probabilidades de desenvolver esse tumor. "Podemos indicar a uma paciente um medicamento específico, que deverá ser tomado por cinco anos e que irá diminuir em 50% as chances de ela desenvolver câncer de mama", explica o oncologista Sérgio Simon. Mas não é tão simples quanto parece. A indicação da terapia é para mulheres que estão no grupo de alto risco da doença e que já tenham mais de 30 anos de idade.
A vacina contra o papilomas vírus (HPV) é a primeira vitória que podemos comemorar, recentemente lançada por aqui e no mundo todo. A versão quadrivalente - protege contra as versões 6, 11, 16 e 18 do vírus - promete reduzir em 70% o risco de câncer de útero. Mas ela é somente indicada para quem nunca teve contato com o vírus, do contrário não faz efeito algum. O valor das doses (são três) é caro ainda, por volta de 260 dólares. Mas o Instituto Butantan, em São Paulo, tem trabalhado para desenvolver uma vacina nacional mais acessível, ou quem sabe gratuita. Mais tentativas de produção de vacinas para tratar outros tipos de cânceres acontecem em vários pontos do mundo. No entanto, a oncologista Nise Yamaguchi ressalta que o HPV é um vírus e a maioria dos tumores não estão associados a esses microrganismos e sim a genes modificados. Pesquisadores brasileiros, do Hospital das Clínicas de São Paulo, por exemplo, já vêm testando uma vacina em pessoas com tumores agressivos nas regiões da cabeça e do pescoço.
Importuna Razão, não me persigas
Importuna Razão, não me persigas;
Cesse a ríspida voz que em vão murmura;
Se a lei de Amor, se a força da ternura
Nem domas, nem contrastas, nem mitigas;
Se acusas os mortais, e os não abrigas,
Se (conhecendo o mal) não dás a cura,
Deixa-me apreciar minha loucura,
Importuna Razão, não me persigas.
É teu fim, teu projeto encher de pejo
Esta alma, frágil vítima daquela
Que, injusta e vária, noutros laços vejo.
Queres que fuja de Marília bela,
Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo
É carpir, delirar, morrer por ela.
Importuna Razão, não me persigas;
Cesse a ríspida voz que em vão murmura;
Se a lei de Amor, se a força da ternura
Nem domas, nem contrastas, nem mitigas;
Se acusas os mortais, e os não abrigas,
Se (conhecendo o mal) não dás a cura,
Deixa-me apreciar minha loucura,
Importuna Razão, não me persigas.
É teu fim, teu projeto encher de pejo
Esta alma, frágil vítima daquela
Que, injusta e vária, noutros laços vejo.
Queres que fuja de Marília bela,
Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo
É carpir, delirar, morrer por ela.
Bocage
MAMÃE PASSOU AÇÚCAR EM MIM - WILSON SIMONAL - 1966
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