segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Rapidinhas da segunda...

A tirania da opinião...

A brutalidade do stalinismo, a estupidez do império soviético e sua derrocada, mesmo garantindo aos adeptos, onde eu me incluía, que era um processo irreversível, não me dá o direito de reconhecer legitimidade ou dignidade humana ao império americano. Os desvios ditatoriais da Revolução Cubana, que escorraçou um balneário de prostituição e drogas, ilha prostituta do gigolô Fulgêncio Batista, não me dá o direito de defender o embargo punitivo ao povo cubano pelo império capitalista. As ditaduras islâmicas, que torturam e matam em nome de Deus, não me dá o direito de reconhecer legitimidade ao império americano para interferir e decidir, em nome dos povos, o destino das nações. O resultado do renascimento da Democracia brasileira, produzindo aberrações que vão 
de Sarney, Collor, Renan, tucanagem e licenciosidade petista, não me dá o direito de esquecer ou justificar a violência, covardia e brutalidade da Ditadura Militar, que transformou a Pátria num vasto esgoto de sêmen e sangue. A admiração que tenho pela obra literária de Jorge Luis Borges não me dá o direito de aplaudir sua convicta defesa da Ditadura argentina. Assim como não posso nem devo desmerecer sua obra apenas por opor-me à sua opinião. Saddam Hussein não inocenta George W. Bush. Stalin não salva Médici. Cuba não justifica Guantánamo. O mal de uns não abona a maldade dos outros. A degeneração da Esquerda não obriga ao reconhecimento da Direita. Até porque o grande erro de uma foi querer imitar a outra. Imitação tentada, resultado impossível. A Direita é a mesma, 
ruim e inteligente. A Esquerda mudou pra pior; deslumbrou-se com o lustre da Direita. Oprimida, contratou pra fazer com algodão mocó o mesmo alfaiate que talhou de seda o paletó do opressor. O julgamento de corruptos de esquerda não é o julgamento da Esquerda. Assim como o bom caráter de pessoas de direita não é o caráter da Direita. A nossa Corte Suprema já agasalhou ilustres onde essa palavra carrega o seu brilho natural. Porém, nem sempre é a regra. Um Ministro, Luiz Fux, que diz ter feito “campanha” pra chegar lá, inclusive pedindo apoio de um processado, usando expressões do futebol, “bati na trave três vezes”, “esse processo eu mato no peito”, não dignifica a história do Supremo. Nem a traição aos “cabos eleitorais” salva sua biografia. O ato de condenar desvios de conduta não pode alçar ninguém à condição de herói. Formação acadêmica não é biografia. É currículo. E condenar culpados não é heroísmo. É dever. Mudo de opinião ao mudarem de azimute as circunstâncias. Mudar de ideia, pelo convencimento, evita que a minha opinião seja o meu tirano. Como ensinou Stendhal. Mas não permito à velhice o assassinato da revolta que justificou as ilusões da mocidade. (Blog do Carlos Santos)
Té mais.
François Silvestre é escritor

A morte do Pantera negra...

O ex-atacante Eusébio, maior jogador da história do Benfica e de Portugal, morreu na madrugada deste domingo, em Lisboa, aos 71 anos de idade. Conhecido como Pantera Negra, o ex-jogador, que sofrera um AVC em 2012, teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. Nos últimos anos, Eusébio da Silva Ferreira esteve várias vezes internado.
Nascido a 25 de Janeiro de 1942 na então Lourenço Marques, hoje Maputo, Eusébio tornou-se o maior símbolo do futebol português. Revelado no Sporting de Lourenço Marques no fim dos anos 1950, o moçambicano chegou a Lisboa no fim de 1960 contratado pelo Benfica, onde se tornou o maior artilheiro da história do clube (638 gols) e sua principal referência durante as 15 temporadas em que defendeu a equipe lisboeta. Brilhou também a serviço da seleção de Portugal, no Mundial de 1966, onde foi o goleador.
Pelo Benfica, Eusébio conquistou nada menos do que 11 Campeonatos Nacionais (1960/61, 1962/63, 1963/64, 1964/65, 1966/67, 1967/68, 1968/69, 1970/1971, 1971/72, 1972/73 e 1974/75), cinco Taças de Portugal (1961/62, 1963/64, 1968/69, 1969/70 e 1971/72) e uma Taça dos Campeões Europeus, hoje Liga dos Campeões da Uefa (1961/62), além de ter sido três vezes vice-campeão europeu (1962/1963, 1964/65 e 1967/68). Sete vezes maior goleador do campeonato português (1963/64, 64/65, 65/66, 66/67, 67/68, 69/70 e 72/73), duas vezes melhor marcador europeu (1967/68 e 72/73), Eusébio foi eleito em 1965 o melhor futebolista europeu da temporada, e é considerado um dos maiores jogadores mundiais de todos dos tempos. Maior craque nascido no continente africano, o Pantera Negra marcou 514 gols em 504 jogos oficiais, uma média impressionante de praticamente um gol por partida. Eusébio chegou ao ápice da carreira na disputa da Copa de 1966, na 
Inglaterra. Ao vencer por 3 a 1 na fase de grupos, Portugal eliminou o Brasil, então bicampeão mundial. Depois, tirou a Coreia do Norte nas quartas de final (5 a 3) e chegou às semifinais, onde acabou derrotado pelos anfitriões (1 a 2). Ao bater a antiga União Soviética por 2 a 1, o selecionado luso terminou a competição em terceiro lugar, melhor resultado de Portugal em Copas do Mundo até hoje. Goleador com nove gols (três a mais que o vice, o alemão Helmut Heller), o Pantera Negra, então com 24 anos, foi exaltado como o grande nome do torneio, vencido pela Inglaterra. Sua atuação mais importante no Mundial 
da Inglaterra de 1966 foi no jogo contra a Coreia do Norte, em que marcou quatro gols, contribuindo decisivamente para a vitória de Portugal por 5 a 3, de virada, após levar 3 a 0 dos sul-coreanos. "Foi o meu dia", recordou mais tarde, quando, no Mundial de 2010, na África do Sul, a equipe portuguesa voltou a enfrentar a asiática. Pela seleção de Portugal, o ex-atacante disputou 64 partidas e anotou 41 gols, obtendo a média de 0,64. Seu primeiro duelo defendendo a esquadra foi em 8 de outubro de 1961, menos de um ano após estrear pelo Benfica, e seu último compromisso, em 1973, pelas Eliminatórias para a Copa do ano seguinte, na Alemanha. Jogou no Benfica até 1975, tendo depois atuado ainda em clubes da América do Norte, no Beira Mar e no União de Tomar – esta última uma breve experiência que durou até março de 1978, após o que regressou aos Estados Unidos para tentar uma efémera experiência no futebol 'indoor'.

Morre Nelson Ned...

O cantor Nelson Ned, de 66 anos, morreu na manhã deste domingo (5) no Hospital Regional de Cotia, em São Paulo. Ele estava internado desde sábado com pneumonia. Segundo funcionários da Funerária Muncipal de Cotia, o cantor morreu às 7h25 em decorrência de "choque septico, sepse, broncopneumonia e acidente vascular cerebral". O corpo irá sair da funerária em Cotia e deve chegar no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, por volta das 16h deste domingo. A princípio, o velório será só para a família. Depois, será aberto aos fãs. Segundo a irmã Neuma Nogueira, que cuidava do cantor em São Paulo, Nelson teve infecção pulmonar e urinária e não respondeu ao tratamento. “Ele teve febre muito alta e estava muito debilitado. Nos últimos 2 dias, ele já estava inconsciente e respondia muito pouco”, disse. Natural de Ubá, Minas Gerais, Nelson Ned fez fama como cantor de músicas românticas nos anos
 60, quando já vivia no Rio de Janeiro. "Tudo passará", de 1969, foi um de seus grandes sucessos. Em 2003, o cantor sofreu um acidente vascular cerebral. Desde então, vivia no Recanto São Camilo, na Granja Viana, em Cotia, sob a guarda e cuidados de Neuma. O AVC afetou sua parte vocal, assim como memória. Ned foi casado duas vezes e teve três filhos com Marly, sua segunda esposa: duas filhas, de 32 e 33 anos, e um filho, que mora no México. As filhas acompanharam o velório em São Paulo.

Carreira

Primogênito dos 7 filhos de Nelson de Moura Pinto e Ned d´Ávila Pinto, ele saiu de Ubá (MG) para tentar a vida no Rio de Janeiro aos 17 anos. Começou bem distante dos palcos, trabalhando em uma linha de montagem de uma fábrica de chocolates. Cantou em boates paulistas e cariocas antes da maioridade e era escondido embaixo do balcão das casas quando o Juizado de Menores passava para fiscalizar.
Tempos depois, passou a ser figura recorrente no programa do Chacrinha, que ele considera o “pai de sua carreira artística”. Foi na televisão que conquistou espaço e sucesso com o hit "Tudo passará", uma de suas primeiras músicas.“Ele foi um divisor de águas na minha vida. Me deu oportunidade e comida. Devo muito ao falecido amigo. Foi muito difícil ser cantor de brega e anão neste país”, relembrou Ned em entrevista ao G1, em 2012. Com 32 discos gravados em português e espanhol, Ned cantou no Carnegie Hall e no Madison Square Garden, ambos em Nova York. Ele se converteu nos anos 90 à religião evangélica e, desde então, cantava músicas gospel. Em 1996, lançou a biografia "O pequeno gigante da canção", que fazia referência à sua altura, de 1,12m. O hit "Tudo passará” era sua faixa predileta, conforme contou ao G1. “É a que mais gosto. Quando cantei em um programa fui aplaudido de pé no meio da música. Isso é ser brega? Quem não é brega quando fala de amor? É o amor que é brega, não a minha música.”

                                                           Tudo passará - Nelson Ned


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