domingo, 5 de janeiro de 2014

Rapidinhas domingueiras...

A mentira tem pernas curtas...

Um homem tinha se casado com uma mulher excelente, boa dona de casa, trabalhadeira e honrada, mas muito gulosa. Para disfarçar seu apetite, a mulher fingia-se sem vontade de alimentar-se sempre que fazia as refeições diante do marido. Porém, apesar desse regime, engordava cada vez mais.
Admirado de alguém poder viver com tão pouca comida, o marido resolveu certificar-se do que se passava. Será que a mulher não se alimentava em sua ausência? Disse que ia para o trabalho e escondeu-se num lugar onde poderia acompanhar os passos da esposa.
No almoço, viu-a fazer tapiocas de goma, bem grossas, molhadas no leite de coco, e comê-las todas, deliciada. Na merenda, mastigou um sem-número de alfenins, branquinhos e gostosos. Na hora do jantar matou um capão, ensopou-o em molho espesso, 
saboreando-o. À ceia, devorou um prato de macaxeiras, enxutinhas, acompanhando-as com manteiga.
Ao anoitecer, o marido apareceu, fingindo-se cansado. Chovera o dia inteiro. A mulher perguntou:
– Homem, como é que trabalhando na chuva você não se molhou?
O marido respondeu:
– Se a chuva fosse grossa como as tapiocas que você almoçou, eu teria vindo ensopado como o capão que você jantou. Mas a chuva era fina como os alfenins que você merendou e eu fiquei enxuto como as macaxeiras que você ceou. A mulher compreendeu que havia sido descoberta e nunca mais escondeu seu apetite do marido.

O autoritarismo do judiciário...

Que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, todo mundo sabe. O senador que desviou altas quantias de dinheiro do Congresso pode não ser detido, mas se um pobre roubar um pote de margarina, possivelmente irá para a prisão. Por que isso acontece? a Justiça penal é democrática no discurso e autoritária na prática, favorecendo os interesses de classe e perpetuando, muitas vezes, a impunidade. O campo jurídico, hoje, se caracteriza pelo discurso garantista, pautando-se nas garantias constitucionais, em teoria, e optando pela aplicação de penas mais severas, criminalização de condutas e redução de benefícios na execução da pena.  Torna-se necessário que os operadores do direito se posicionem politicamente, deixando de lado os interesses de classe, e sem trabalhar a serviço do mercado. O enraizamento do autoritarismo na cultura jurídica nacional, 
historicamente e também perpetuado através das instituições de ensino, dificulta o processo de mudança, assim como a sensação de insegurança social, mantida pelos profissionais. Entretanto,  existem movimentos, tímidos ainda, que buscam a quebra do paradigma, como o direito alternativo e a Justiça restaurativa, presente em algumas comarcas do país.A criação dos Juizados Especiais, foi uma iniciativa a favor da democratização, mas que também acabou cedendo às pressões do campo e se tornou tão burocrática quanto a Justiça comum.Como instrumento da mudança, o papel da universidade nesse processo é primordial e, nesse 
sentido, os cursos de direito do país inteiro têm que se preocupar em trazer para dentro da sala de aula essa discussão, para mudar a mentalidade daqueles que vão se formar e formar o campo em um futuro breve. O papel distante do judiciário da sociedade tem sua gênese no autoritarismo brasileiro, cujas bases se erguem a partir da própria formação inicial do Brasil como colônia portuguesa, e que evolui e se transforma ao longo de nossa história, não constitui em um traço congênito e insuperável de nossa nacionalidade, mas é certamente um condicionante poderoso em relação a nosso presente e futuro como país. A complexidade das questões envolvidas nesta discussão deve ser suficiente para deixar claro que, na realidade, o termo autoritarismo é pouco mais do que uma expressão de conveniência que utilizamos para nos referir a uma história cheia de contradições e contra-exemplos, onde, no entanto, um certo padrão parece predominar: o de um Estado hipertrofiado, burocratizado e ineficiente, ligado simbioticamente a uma sociedade debilitada, dependente e alienada. É da superação deste padrão histórico e de suas conseqüências que depende nosso futuro. E como o passado é contraditório e o futuro aberto e pronto para ser construído, é possível ser otimista.

O padre, o estudante e o caboclo...

Há muitos anos, o acaso uniu, na rabeira de uma tropa de mulas que percorria o interior de Minas Gerais, um padre, um estudante e, a transportar as malas e os livros dos dois, um caboclo observador. No lento trotar das mulas, sob o sol do sertão, padre e estudante debatiam sem chegar a qualquer conclusão.
No fim da tarde, estacionaram ao lado de um casebre e pediram licença à mulher que os atendeu para pernoitar ali, oferecendo poucas moedas em troca de água, lugar para pendurar as redes e algum alimento. A pobre mulher concordou, enfiou as moedas rapidamente no bolso da saia e, um minuto depois, trazia aos hóspedes uma jarra de água e o único alimento existente no casebre: um miserável pedaço de queijo, que não dava para alimentar um quarto de homem.
Sem saber como dividir o queijo entre os três, o padre, certo de que, com sua oratória, poderia enganar os outros dois, propôs o seguinte: que dormissem e, ao amanhecer, aquele que contasse o sonho mais bonito, certamente inspirado por Deus, ganharia o direito de comer o queijo. Todos concordaram e, cobertos pela poeira da estrada, foram dormir.
No meio da noite, contudo, ouvindo o padre e o estudante roncarem, o caboclo levantou da rede, aproximou-se do armarinho em que a mulher guardara o queijo e o engoliu.
Quando amanheceu, enquanto tomavam o café ralo que a mulher lhes ofereceu, o padre, que sonhara a noite toda com o queijo, foi o primeiro a relatar seu sonho. Disse que, auxiliado por anjos, subira por uma escada cheia de enfeites dourados até o céu. O estudante, por sua vez, contou que, mal havia dormido, já se encontrou em pleno Paraíso, aguardando pelo padre que, tinha certeza, chegaria em poucos minutos.
Era a vez do caboclo falar. Com os olhos presos ao chão, numa voz mansa, ele disse: “Sonhei que via o senhor padre e o moço lá no céu, rodeados dos anjos e dos santos. E que eu tinha ficado aqui, sozinho e morto de fome. Então, subi no telhado e gritei com toda força pra vosmecês: ‘E o queijo?! Não vão comer o queijo pra mó da gente seguir viagem?!’. E vosmecês responderam, felizes da vida: ‘Pode comê o queijo, caboclo! É todo seu! Aqui no céu não precisamos de queijo!’. Fiquei tão feliz, e tudo pareceu tão de verdade, que levantei da rede e comi o queijo...”.

Padre brasileiro Roberto Landell de Moura...
Papagaio come e periquito leva a fama...Você sabia que foi um brasileiro que inventou o radio...

No dia 3 de junho de 1900, a avenida Paulista presenciou uma cena que deveria ter entrado para a história. Ali, um padre metido a cientista reuniu a imprensa, políticos e personalidades para demonstrar publicamente os experimentos que já realizava havia mais de seis anos. Utilizando um aparelho inventado por ele mesmo, o pároco enviou sinais telegráficos e transmitiu a voz humana a uma distância considerável (8 km), sem o auxílio de fios e irradiada por uma onda eletromagnética, pela primeira vez na história. Enquanto isso, o homem que ficaria conhecido como o inventor do rádio, o italiano Guglielmo Marconi, só operava com a transmissão e recepção de sinais telegráficos – em distâncias bem menores.
Na época, cientistas do mundo inteiro pesquisavam uma maneira de cruzar as três grandes descobertas relativas à comunicação a distância: o telégrafo elétrico (1837), o telefone com fio (1876) e a radiação eletromagnética (1888). O italiano Marconi ficaria com a fama – e o Nobel de Física – de ter realizado o feito. Mas o cruzamento de documentos e correspondência do período revela que, antes de Marconi, o padre gaúcho Roberto Landell de Moura (1861-1928) já tinha desenvolvido o telégrafo sem fio, o telefone sem fio e o transmissor de ondas “landellianas”, como defendem alguns (e não “hertzianas”).
Para tentar corrigir o que avaliam ser uma injustiça histórica e alçar o brasileiro ao rol dos grandes inventores, um grupo de pesquisadores e radioamadores fundou o Movimento Landell de Moura (MLM). No fim do ano passado, o matemático Luiz Netto, o jornalista Hamilton Almeida e os radioamadores Alda Niemeyer e Daniel Fiqueiredo colocaram no ar um site, angariando assinaturas para pedir ao governo brasileiro que reconheça oficialmente o padre como pioneiro das telecomunicações.
Assim como Santos Dumont é chamado de pai da aviação, o movimento defende que o gaúcho seja reconhecido como inventor do rádio. A campanha foi até 21 de janeiro de 2011, quando o padre completaria 150 anos. As descobertas do sacerdote-inventor foram divulgadas pelos principais jornais na época, mas ele não conseguiu nem patentear nem produzir comercialmente seus inventos no Brasil. Entre os aparelhos que desenvolveu ou projetou estão o “teletíton” (telégrafo sem fio), o “teleauxiofone” (telefonia com fio, microfone e alto-falante), o “transmissor de ondas”, o “edífono” (purificador de voz) e o “caleofone” (intercomunicador de voz).
Frustrado com a pouca receptividade de suas descobertas no Brasil, o padre partiu para os Estados Unidos, onde registrou, em 1904, as patentes de três de seus inventos: o transmissor de ondas, o telégrafo sem fio e o telefone sem fio. Para Luiz Netto, “Landell demonstrou, por meio de seu transmissor de ondas, que se podia transmitir a palavra humana articulada via ondas eletromagnéticas, enquanto Marconi se concentrava somente em transmissão dos símbolos alfanuméricos através da telegrafia”. O italiano, portanto, não se ocupou da transmissão da fala. “São inventos distintos. Por isso, quando se pergunta quem foi o inventor do rádio, é necessário que se faça outra pergunta: de qual rádio estamos falando?”
Na edição de 12 de outubro de 1902, o jornal americano The New York Herald dedicou uma reportagem ao padre-inventor. A matéria relatou suas experiências na telefonia sem fio, apresentada como uma novidade perseguida pelos cientistas em uma época em que a telefonia convencional (com fios) já estava dominada. Na entrevista ao jornalista americano, Landell de Moura declarou: “Eu gostaria de mostrar ao mundo que a Igreja Católica não é inimiga da ciência ou do progresso humano”. O clérigo também revelou que suas crenças o levaram a ser perseguido por seus pares. “No Brasil, um bando de supersticiosos, acreditando que eu tenho um pacto com o diabo, invadiu minha sala de estudos e destruiu todo meu aparato”, contou. “Eu sei como se sentiu Galileu Galilei.”


Uma tragedia no futebol...

Em 4 de maio de 1949, há algumas milhas de Turim, sob forte nevoeiro, aconteceu uma tragédia que marcaria para sempre a história do futebol italiano e mundial. O avião, um Fiat G212, que transportava a delegação do Torino de volta à Itália, após um amistoso contra o Benfica em Portugal, chocou-se contra uma das torres da basílica de Turim de Superga, a 600 metros de altura. Não houve sobreviventes. Pela Liga Italiana a rodada era a de número 34. O Torino liderava a competição com quatro pontos de vantagem sobre a Internazionale de Milão, faltando quatro jogos para o término do Campeonato. Como na época a vitória valia dois pontos, oito ainda estavam em jogo. No mesmo dia a Liga
Time do Torino que era tetracampeão consecutivo
do campeonato italiano e estava próximo
 do quinto titulo...
 declarou a equipe grená campeã nacional. Seria, então, o quinto Scudetto (título de campeão italiano) consecutivo do time. Considerado a melhor equipe da Europa durante uma década e a base da Azurra, os dirigentes não aceitaram tal proposta: queriam conquistar o título em campo, jogando. Para honrar os 18 jogadores mortos na tragédia, entre eles o ídolo Valentino Mazzola, o Torino disputou as quatro partidas restantes com a equipe juvenil. Em 15 de maio, a primeira, 4x0 em cima do Genova. Em 22 de maio, a segunda: 3x0 no Palermo. Em 29 de maio, a terceira, 3x2 contra a Sampdoria. Por fim, 12 de junho, 2x0 na Fiorentina. Os quatro rivais demonstrando profundo respeito, também escalaram suas equipes juvenis. Assim, o Torino atingira o seu principal objetivo e sagrou-se campeão dentro de campo. A equipe viria a ganhar um novo Scudetto apenas em 1976.

                                                      Our love dream - Terry Winter


                                                        Summer Holiday - Terry Winter


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