domingo, 29 de dezembro de 2013

Rapidinhas da segunda...

Prefeito interino Silveira Júnior...
Prefeito interino recebeu propina de R$ 200 mil, diz Federal


Francisco José Jr. teria recebido valor para apoiar empresário acusado de cartel de combustíveis


O prefeito interino de Mossoró, Francisco José Lima da Silveira Júnior (PSD), é apontado em relatório da Polícia Federal como articulador e suspeito de receber propina de um grupo de empresários acusados de patrocinarem cartel de gasolina na cidade. O texto, de 237 páginas e obtido com exclusividade pela reportagem do portalnoar.com, implica vereadores citados na Operação Vulcano, deflagrada em 2012. Especificamente sobre Silveira Junior, o relatório da PF cita o recebimento de R$ 200 mil, quantia supostamente paga para Silveira, à época presidente da Câmara de Vereadores, articulasse a votação de um projeto que restringia a concorrência do mercado de combustíveis, beneficiando o grupo acusado de cartel.
Vereador Jório Nogueira
“Foi apreendido seu computador pessoal em sua residência onde foi encontrada planilha de ABRIL/2012 que consta uma RECEITA no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), montante este identificado como “1 PARCELA M” e com data de recebimento em 25/04. No documento, consta logo abaixo da receita de R$ 200.000,00, uma DESPESA no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), montante este identificado como “JORIO” e com data de pagamento em 27/04″, anota o texto, que prossegue: “É sabido que o vereador JÓRIO NOGUEIRA e o vereador SILVEIRA são do mesmo partido e os valores constantes na tabela, por si só, em razão do montante alto, podem ser considerados suspeitos, com o agravante de terem sido recebidos justamente no período em que foram votados e aprovados os projetos de interesse dos donos de postos de gasolina, o ART. 122 em 10/04/2012 e o ART. 123 em 17/04/2012″, pontua o texto da PF. Os artigos em questão tratam da restrição à instalação de novos empreendimentos de postos de combustíveis.
Prefeita
A partir deste ponto, o texto da PF traça um cronograma. “No dia 25/04/2012, data do recebimento de R$ 200.000,00 por parte do vereador SILVEIRA JUNIOR, houve a reunião entre os donos de postos de combustíveis, a Prefeita de Mossoró/RN e o vereador CLAUDIONOR DOS SANTOS”, detalha o relatório, passando a descrever os eventos de dois dias depois. “Em 27/04/2012, o vereador Silveira Junior redireciona para o email do empresário Otávio Augusto os projetos de leis envolvendo justamente a alteração dos arts. 122 e 123 do Código de Obras e Postura do Município de Mossoró/RN, inclusive, conforme se pode perceber em um deles, com alterações sugeridas pelo próprio presidente da Câmara de Vereadores”, esmiúça o texto da Polícia Federal. Para a PF, ambos os vereadores disfarçam o recebimento da suposta propina em um diálogo posterior à transação. “Outro fato que chama atenção é que a transação suspeita encontrada de Silveira Júnior está identificada como “1 parcela M” e foi repassada em 25/04/2012. Dois dias após o recebimento, foi repassado ao vereador Jório Nogueira a quantia de R$ 50.000 (cinquenta mil) em 27/04/2012. Três dias após o repasse o empresário Otávio Augusto e o vereador Silveira Júnior conversam estranhamente supostamente sobre um carro, 
todavia, devido a entonação e risadas que permeiam o diálogo, acredita-se tratar de código para encobrir o possível pagamento de propina do empresário ao vereador”, narra o texto, que destaca que Silveira e Otávio são primos. A partir daí, o relatório elaborado pela inteligência da Polícia Federal trata de descontruir o argumento do carro. “A alegação que se trata de um empréstimo de carro de som quebrado feito pelo vereador ao empresário não merece ser acolhida. Primeiro, porque quem faz a ligação telefônica é o vereador lembrando o empresário que o carro não teria ido naquela data. Ora, quem deveria se atentar sobre o não envio do carro seria quem o tomou emprestado, ou seja, Otávio”. Após desenvolver a argumentação de que não faz sentido o diálogo de um suposto empréstimo de carro de som, o texto da PF arremata: “Tudo leva a crer que o valor recebido sobre a denominação “1 parcela M”, cuja parte deste valor foi repassada ao vereador Jório, está ligada a aprovação do projeto de lei de interesse dos donos de postos de gasolina em Mossoró – PL do art. 122 do COPM – de origem do Poder Executivo. Nenhum dos citados no texto foi localizado para comentar o assunto.
Operação Vulcano
A Operação Vulcano foi deflagrada pela Polícia Federal com o apoio do Ministério Público do RN e do Conselho Administrativo de Direito Econômico – CADE, em 30 de maio de 2012, quando foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e oito de prisão, em postos de combustíveis e na Câmara Municipal da cidade. Os mandados de prisão foram expedidos contra Otávio Augusto Ferreira da Silva (empresário); Claudionor Antônio dos Santos (vereador); Pedro Edilson Leite Júnior (empresário e ex-vereador); Robson Paulo Cavalcante (empresário); Pedro de Oliveira Monteiro Filho (empresário); Sérgio Leite de Souza (empresário); Carlos Otávio Bessa e Melo (empresário) e José Mendes da Silva (empresário).
Obs do blog: Se essas denúncias apuradas pela polícia federal forem confirmadas, está explicada, em parte, porque os preços dos combustíveis em Mossoró estão entre os mais altos do Nordeste brasileiro, apesar do Rio Grande do Norte ser o maior produtor de Petróleo em terra firme do Brasil.

A seleção que encantou o mundo...

O sonho de conquistar o tetracampeonato acabou na tarde de 5 de julho de 1982 em Barcelona. Num jogo intenso e dramático, o Brasil perdeu por 3 a 2 para a Itália e se despediu da Copa do Mundo. A fantástica seleção montada por Telê Santana com craques como Zico, Sócrates, Falcão, Cerezo e Júnior se desfez assim que o árbitro israelense Abraham Klein apitou o final daquela partida. Nunca mais aquele time voltaria a jogar junto, e nunca mais aqueles jogadores brilhariam tanto com a camisa amarela como brilharam naquele Mundial. Quatro anos depois, com Telê de volta ao comando, o time tinha apenas dois jogadores que haviam sido titulares em 82: Sócrates e Júnior (este jogando no meio de campo). Falcão e Zico estavam no grupo, mas por problemas 
físicos ficaram no banco. Oscar, que também foi ao México, ficou na reserva de Júlio César. A derrota transformou Telê em vilão para muita gente. A acusação mais comum: deveria ter feito o time jogar de acordo com o regulamento, sem se expor contra uma equipe que só se classificaria se vencesse. Uns diziam que ele deveria ter colocado Batista para reforçar a marcação. Mas Batista não teve condição por causa da pancada que levou de Maradona contra a Argentina. Outros reclamavam de ele não ter fechado o time depois que Falcão empatou aos 23 do segundo tempo. A verdade: quando a Itália deu a saída com o placar em 2 a 2 Paulo Isidoro já estava em campo no lugar de Serginho para bloquear o lado direito. A Itália teve a vantagem psicológica de estar em vantagem quase todo o tempo. Paolo Rossi marcou de cabeça aos cinco minutos do primeiro tempo, 
Sócrates empatou aos 12 e Rossi marcou de novo aos 25. O relógio correu muito até Falcão fazer o golaço que parecia ser o da classificação, mas seis minutos depois lá estava o implacável Rossi para balançar a rede. O último gol foi fruto de uma sucessão de erros. Cerezo tentou recuar de cabeça para Valdir Peres e cedeu um escanteio. Na cobrança, a zaga afastou e Orialli pegou a sobra na meia-lua. Bateu de primeira e Rossi, sozinho na pequena área, desviou para o fundo da rede. Faltavam pouco mais de 15 minutos, e o time que parecia imbatível entrou em desespero. A melhor chance para mudar a história foi no último lance. Falta pela esquerda, entre a lateral e a área. Éder ajeitou e cobrou. A bola viajou e encontrou a cabeça de Oscar, que a golpeou com força e para baixo. Tinha tudo para ser o gol que manteria vivo o sonho. Mas Dino Zoff não deixou. O goleiro italiano deteve a bola em cima da risca e acabou com um time que encantava o mundo inteiro.Hoje, 31 anos depois, ainda é agradável ver vídeos da seleção de Valdir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho, Júnior, Falcão, Cerezo, Sócrates, Zico, Serginho e Éder. Ainda dói lembrar da derrota para a Itália. E, mais do que tudo, bate o desânimo ao ver que o exemplo dado por Telê e aquele time não frutificou no Brasil. O pragmatismo, a correria e o futebol de resultados dão as cartas hoje. Mas aquela seleção é eterna.

                                                       Cama e mesa - Roberto Carlos


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