terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Rapidinhas da terça...

A maior coleção de títulos publicados no país está fechando suas portas...

A Coleção Mossoroense foi criada em 30 de setembro de 1949 por Jerônimo Vingt-un Rosado Maia. Naquele tempo era prefeito de Mossoró o seu irmão Dix-sept, que amparou a ideia e deu início à chamada "Batalha da Cultura", que incluía ainda a criação da Biblioteca Pública de Mossoró e do Museu Municipal.
Ao longo dos seus quase 64 anos de existência, a Coleção foi mantida também pela Fundação Guimarães Duque, esta vinculada à antiga Esam, e a partir de 1995 um grupo de intelectuais mossoroense criou a Fundação Vingt-un Rosado, que passou a assumir os destinos da editora mossoroense.
Neste mais de meio século, alcançou a incrível marca de mais de 4.500 títulos publicados no país, levantamento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo em março de 2003, o que lhe rendeu o posto de editora com a maior quantidade de títulos editados no Brasil.
O saudoso Vingt-un Rosado, o editor, em tempos difíceis, chegava a tomar dinheiro emprestado de agiotas para garantir a publicação de algumas obras, mas ainda assim, graças à sua obstinação, conseguiu, em sua época, convênios com instituições como Sudene, Dnocs, SNPq, Petrobras, entre outras. Pedia contribuições mensais aos amigos, mesmo que fosse somente R$ 5,00 ou R$ 10,00 reais, mas continuou mantendo a coleção mossoroense com as portas abertas.
A Prefeitura de Mossoró manteve durante muito tempo uma parceria com a fundação que lhe garantia o funcionamento básico, os chamados custeios. Esta parceria foi mantida até o último ano, na gestão da então prefeita Fafá Rosado. Até o momento não foi possível um acordo para a renovação do referido convênio com a atual prefeita Cláudia Regina.
Em audiência com a diretoria da Fundação, em meados de março, a prefeita sinalizou positivamente com a manutenção do apoio, porém propôs uma redução em mais de 50% do valor pleiteado (de R$ 19 mil/mês para R$ 8 mil/mês), cifra insuficiente para os propósitos da instituição. Diante do impasse e sem nenhuma perspectiva em médio prazo, esta história de luta em prol da literatura potiguar está fechando suas portas e o seu rico acervo está sendo fatiado entre diversas instituições para não perder de tudo. Um triste retrato do que representa o nosso país onde a cultura é relegada a último plano.

"Não é possível estudar a problemática das secas no Nordeste brasileiro sem conhecer a Coleção Mossoroense." (Aziz Nacib Ab'Saber, considerado pela revista "Isto É" como um dos maiores cientistas do último século, em entrevista ao Jô Soares).

Chegaram...
A chegada de 07 novos ônibus para o município baraunense reforça a logística educacional e deve ser considerada como um benefício para os milhares de alunos que hoje frequentam as escolas nativas. Penso que essa picuinha provinciana de quem é o pai do DNA deve ser relegada a segundo ou mesmo terceiro plano, pois se os vereadores aprovaram o projeto para a vinda desses veículos, eles também não viriam se o prefeito e o secretário da educação não tivessem ido atrás desses recursos federais. Portanto as duas instituições públicas (prefeitura e câmara) merecem o reconhecimento público por essa aquisição. Dentro desse contexto, apenas sugiro ao secretário da educação, professor Marcos Antônio, que verifique o que está acontecendo com o transporte público que tem a obrigação de levar diariamente os alunos para estudar em Mossoró pois está ocorrendo uma irregularidade nessa atividade fazendo com que, em alguns dias, um dos ônibus não esteja cumprindo sua missão, prejudicando dezenas de alunos que precisam se deslocar a Mossoró. Outra coisa a ser evitada é o possível desvirtuamento da função obrigatória desses ônibus que devem ser utilizados exclusivamente e somente para o transporte dos alunos conforme preceitos estabelecidos preliminarmente no convênio federal. Portanto levar foliões para brincar carnaval a pedido de bloco ou vereador (como já aconteceu no passado) ou para jogo de futebol não está vinculada diretamente a questão educacional.

Cassações devem ter repercussão nacional ainda maior

Ouvido ao chão como bom índio Sioux, Apache, Cherokee, Cheyenne, Comanche ou Navajo. A repercussão nacional das dez cassações da prefeita e vice de Mossoró, Cláudia Regina (DEM) e Wellington Filho (PMDB), que hoje chegou às páginas da Folha de São Paulo (AQUI) e rede CBN de rádio, por exemplo, promete se aprofundar mais ainda. O assunto ganhou velocidade e densidade. Outras reportagens estão a caminho.
Anote. E… ouvido ao chão!

Canção da tarde no campo

Caminho do campo verde
estrada depois de estrada.
Cerca de flores, palmeiras,
serra azul, água calada.

Eu ando sozinha
no meio do vale.
Mas a tarde é minha.

Meus pés vão pisando a terra
Que é a imagem da minha vida:
tão vazia, mas tão bela,
tão certa, mas tão perdida!

Eu ando sozinha
por cima de pedras.
Mas a tarde é minha.
Os meus passos no caminho
são como os passos da lua;
vou chegando, vai fugindo,
minha alma é a sombra da tua.

Eu ando sozinha
por dentro de bosques.
Mas a fonte é minha.

De tanto olhar para longe,
não vejo o que passa perto,
meu peito é puro deserto.
Subo monte, desço monte.

Eu ando sozinha
ao longo da noite.
Mas a estrela é minha. 

Cecília Meirelles

                                                       Casa no campo - Elis Regina



Nenhum comentário:

Postar um comentário