quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Puxando pela memória...

Celly Campello
Nascida em São Paulo em 18 de Junho de 1942, Célia Benelli Campello foi criada em Taubaté. Seu nome artístico foi Celly Campello e começou sua carreira precocemente: dançou "Tico-Tico no Fubá" aos cinco anos numa apresentação infantil. Com seis anos cantou na Rádio Cacique em Taubaté, onde passou toda sua infância. Se tornou uma das participantes do Clube do Guri (Rádio Difusora de Taubaté). Estudou piano, violão e balé durante a infância.
Aos doze anos já tinha o próprio programa de rádio, também na Rádio Cacique. Aos quinze anos de idade (1958) gravou o primeiro disco, em São Paulo no outro lado do primeiro 78 rotações do irmão Tony Campello que a acompanhou em boa parte da carreira como cantora e atriz. Estreou na televisão no programa Campeões do Disco, da TV Tupi, em 1958. Em 1959 estreou um programa próprio ao lado do irmão Tony Campello, intitulado Celly e Tony em Hi-Fi, na Rede Record, o qual apresentou por dois anos.
A carreira explodiu em 1959 com a versão brasileira de Stupid Cupid, que no Brasil virou Estúpido Cupido. A música foi lançada no programa do Chacrinha e se tornou um sucesso em todo país no ano de 1959. Nesse mesmo ano participou do longa-metragem de Mazarropi, Jeca Tatu.

Durante a vida gravou outros sucessos: Lacinhos Cor-de-Rosa, Billy, Banho de Lua, que lhe renderam inúmeros prêmios e troféus, inclusive no exterior, e lhe deram o título de Rainha do Rock Brasileiro.
Para tristeza de toda uma geração que se espelhou no trabalho, Celly abandonou a carreira no auge, aos 20 anos, para se casar e morar em Campinas. Foi em 1962, com José Eduardo Gomes Chacon, o namorado desde a adolescência. Com José Eduardo, com quem permaneceu casada até morrer, Celly teve dois filhos, Cristiane e Eduardo, e dois netos.
Celly vinha sendo cogitada para apresentar o programa Jovem Guarda (TV Record), ao lado de Roberto e Erasmo Carlos. Como abandonou a carreira, Wanderléa tomou seu lugar.
Em 1976, foi trazida de novo ao sucesso graças a telenovela Estúpido Cupido (homônimo do grande sucesso, de 1959) na TV Globo, na qual gravou uma participação especial. Incentivada pelo sucesso da novela, tentaria retomar a carreira, chegando a gravar um disco e fazendo alguns espetáculos. Mas com o término da novela, voltou ao ostracismo. Vítima de um câncer, Celly morreu em 03 de março de 2003, no Hospital Samaritano em Campinas. 

Francisco das Chagas Marinho, o Marinho Chagas, nasceu em Natal em 08 de Fevereiro de 1952. Atuou por vários clubes: Riachuelo (RN), em 68; ABC (RN), em 69; Náutico, de 70 a 71; Botafogo, de 72 a 76; Fluminense, de 77 a 78; New York Cosmos (EUA), em 79; Forte Lauderdale Strickers (EUA), em 80; São Paulo, de 81 a 83; Fortaleza, em 84; Bangu, de 84 a 85; América (RN), de 86 a 87; e Harlekin Augsburg (ALE), em 88.
Quem ia imaginar que aquele garoto comprido e franzino de apenas 18 anos, conhecido como Marinho, lançado pelo treinador interino do Riachuelo, Antônio Castro, um dia chegasse a jogar no futebol carioca. Muito mais integrar a Seleção Brasileira em dezenas de jogos, inclusive na Copa de 74, quando foi apontado como um dos dois maiores laterais do Mundo ao lado do alemão Breitner.
Em maio de 1969 Marinho ou Lourão (ele não era ainda conhecido como Marinho Chagas) começou a jogar pelo Riachuelo, um time médio do futebol potiguar, apesar de ter sido vice-campeão em 67. Sua principal característica era ser um lateral audacioso que já se revelara no campo da Salgadeira, próximo à linha férrea da Sampaio Correia.
O mais animado com a desenvoltura do garoto era o sub oficial Castro, que sabia da sua fama de craque. Castro era da Marinha e morava próximo à rua Benjamin Constant, residência de Francisco das Chagas Marinho . "Ele já era um craque, só precisava segurar-se mais atrás porque a esse tempo os laterais não avançavam tanto", frisa Castro, hoje afastado do futebol, após ficar à frente do Riachuelo durante muitos anos. Enquanto isso, de olho em Marinho, José Prudêncio Sobrinho vivia pensando como levar o garoto para o ABC. Deu o estalo e ofereceu algum dinheiro e material esportivo ao Riachuelo, e desse modo foi fácil fisgar o jovem e promissor lateral.

Oferecido ao Corinthians em meados de 1972, por CR$ 400.000, Marinho foi recusado. Também esteve próximo de uma transferência para o Flamengo, mas o técnico do time na época era Zagallo, que não quis esperar a sua recuperação de uma lesão leve e preferiu o lateral Mineiro, do Olaria. Apesar de ter a lateral esquerda como posição de origem, Marinho é destro.
Em 1972 recebeu a grande oportunidade da carreira. Foi contratado pelo Botafogo-RJ e por lá jogou cinco anos. Lateral Ofensivo, de chute forte poderosíssimo. Chegou do Náutico para o Botafogo com fama de bom de bola e foi logo provando que se tratava de um jogador de qualidades acima da maioria dos laterais de sua época.

Um dos mais completos laterais-esquerdo de todos os tempos do futebol mundial. Para a maioria o segundo melhor depois de Nilton Santos. Veloz, subia ao ataque e voltava para marcar com a mesma eficiência. Habilidoso, driblava com extrema facilidade. Técnico, dificilmente errava passe ou cometia a falta. Como se não bastasse tinha potente chute de pé direito, o que lhe valeu o apelido de Bomba do Nordeste. Também chutava muito bem de perna esquerda.
Marinho, foi a grande vítima da queda do time do Botafogo nos anos 70. Com a saída de Jairzinho, passou a ser o único craque da equipe. Em 77, foi incluído num dos troca-trocas e acabou indo parar no Fluminense. Em 1979 foi jogar futebol nos Estados Unidos. Jogou no Cosmos neste mesmo ano e no Strikers em 1980.
A vontade de voltar ao Brasil não despertou a atenção de muitos clubes, que viam a ausência de três anos de Marinho no cenário nacional como um atraso em sua carreira. Mas o diretor de futebol do São Paulo, Jaime Franco, preocupado com as freqüentes convocações dos jogadores do seu time para a seleção, decidiu fazer uma oferta aos americanos e repatriou o jogador por CR$ 16 milhões (US$ 250 mil, na época). À contragosto do técnico Carlos Alberto Silva, diga-se de passagem. "Se a diretoria o quiser contratar, é problema exclusivamente dela", diria o treinador. 

Mas Marinho se alegrava por estar de volta e já sonhava com um lugar na seleção de Telê Santana. "No São Paulo, terei todas as condições de voltar à seleção brasileira". Sua estréia pelo time, no entanto, não poderia ter sido mais desastrosa.
No começo de 1982, Marinho já pensava em deixar o São Paulo, alegando que o ano anterior havia sido o pior de sua vida ("pessoal, não profissional"). Como as ameaças do lateral eram raramente cumpridas de imediato, ele continuou atuando, só que desta vez seu joelho era o fator de incômodo. Como muitos gols começaram a sair pelo seu setor, outra operação foi necessária. Mesmo com a recuperação, no entanto, o técnico Poy passou a não relacioná-lo nem para o banco. E a diretoria começou a persegui-lo, com imposições ridículas como proibi-lo de jogar tênis e multas de até 20% em seu salário. Seu inimigo número 1 era o diretor Marcelo Marthes, com quem travava discussões públicas em todos os jornais da Capital. Com o vice Paulista de 1982 e modestas colocações nos Brasileiros de 1982 e 1983, Marinho decidiu que era hora de deixar o São Paulo, e comprou o seu passe por CR$ 20 milhões. Sua intenção era vendê-lo para algum time do Oriente Médio por um valor seis vezes maior, o que nunca foi concretizado.

Em 1985 voltou para o Rio de Janeiro mas para jogar no Bangu. Em 1986 começou seu caminho de volta para sua região de infância. No segundo semestre de 1986 foi contratado pelo Fortaleza-CE e neste mesmo ano ainda, foi defender as cores do América-RN. Quando se esperava que estaria  encerrando sua carreira, Marinho recebeu uma proposta do Harlekin, da Alemanha, e em 1987 saiu mais uma vez do país.
Ao final da temporada de 1987, Marinho resolveu encerrar sua carreira e voltar para Natal, no rio Grande do Norte. Em 1989, candidatou-se a vereador, em Natal, pelo PL, mas foi derrotado. O ex-jogador ainda fez um curso de treinador na Itália, mas hoje vive dos rendimentos de imóveis e de uma pousada na Praia da Redinha, em Natal. Tem também duas escolinhas para crianças carentes, em Natal e Nova Iguaçu. Marinho Chagas é o compositor e intérprete da canção "Eu Sou Assim" e atuou em dois filmes.

Apesar de jogar por quase 20 anos por clubes. Marinho conquistou apenas um título na carreira. O
de campeão paulista de 1981 pelo São Paulo. Como jogador, foi Bola de Prata. prêmio da revista
"Placar...por suas atuações nos Brasileiros de 1972,1973 e 1981. Eleito o melhor lateral-esquerdo 
do mundo, em 1974, e o segundo melhor do século.
Pela Seleção Brasileira, Marinho Chagas disputou 33 partidas. Depois de uma delas, contra a Polônia, na decisão do terceiro lugar da Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, teve séria discussão com Leão. O goleiro, inclusive, teria dado um tapa no rosto de Marinho, que, segundo o goleiro, falhara no gol da vitória polonesa, marcado por Lato, no jogo que decidiria qual país ficaria com a terceira colocação, um epísódio assombrou o jogador por muito tempo. O goleiro Leão o xingava a cada subida ao ataque. Ao chegar ao vestiário, após a derrota por 1 a 0 do Brasil, Marinho, chorando, foi interpelado pelo goleiro, que não teve dúvidas e começou a agredi-lo e a gritar:  "Está feliz agora?" Leão só parou quando Jairzinho o conteve. Há quem diga que após o episódio Marinho nunca mais foi o mesmo jogador.

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