Uma reflexão...

As eleições municipais mostraram claramente que o atual modelo de gestão em Baraúna não está satisfazendo e mais da metade dos eleitores disseram não a esse modelo e votaram em candidatos da oposição. Se juntarmos os votos obtidos por Luciana Oliveira e Elma Dias esse índice ultrapassa os 50% e mostra que algo está errado. Em 2008 Aldivon Nascimento foi reeleito folgadamente com mais de 5.000 votos de maioria e agora quase perde a prefeitura. Portanto o paradisíaco mundo de branca de neve travestido de uma nova Suiça que tentaram construir através de um suporte ideológico não convenceu a maioria da população e só Deus sabe e alguns de nós o que tiveram que gastar para evitar a hecatombe. Mas onde estão os erros se teoricamente existe tantas obras alardeadas?

Em primeiro lugar o distanciamento político com a própria população nos anos em que não acontece eleições. O isolamento administrativo e a ausência do contato físico com os munícipes restringe a criação de uma boa imagem política criando dessa forma um paradoxo: tem bons índices de aprovação popular em termos de gestão mas isso não se reverte em intenções de votos espontâneos.

Outro fator essencial é a falta de investimentos e planejamento em obras de infraestrutura na zona urbana. A cidade de Baraúna não tem um sistema de esgotos, não tem áreas de lazer adequadas para os jovens, o abastecimento de água é deficitário, o atendimento de saúde é feito em outro município, o calçamento implantado nos últimos anos é de péssima qualidade exigindo reparos constantes, a segurança pública é frágil e a população vive amedrontada, o mercado público municipal é uma vergonha em termos de higiene sanitária e a educação atualmente é politizada. Portanto mesmo com a chegada de altos investimentos da iniciativa privada que mantém e promove novos empregos no município, não existe a contrapartida em termos de infraestrutura logística por parte do poder público municipal que sempre espera por recursos extras do governo estadual ou do governo federal. Dessa forma, a metade da população ainda deu um crédito de aprovação ao atual modelo, mesmo com todas essas falhas, mas paciência tem limites A outra metade claramente disse não.

Naturalmente que ninguém gosta de críticas, por menores que sejam, pois é mais fácil adorar tapinhas nas costas, pois ninguém reclama de elogios. Mas pensar o município de Baraúna exige reflexões muito além da esfera politica. Enquanto se tiver preso a estas questiúnculas politicas estaremos fadados a ter o eterno embate visionário entre quem está certo ou quem está errado, quem é bom e quem é ruim. No final é possível perceber que talvez todos os agentes políticos envolvidos estejam errados nessa redoma de invisibilidade que nos afasta cada vez mais do verdadeiro progresso social. Independentemente de quem vier realmente a governar esse município nos próximos anos essa reflexão terá que ser feita e sairmos da dimensão ideológica e partir para a resolução concreta de todos os problemas municipais alencados anteriormente nesse texto.