O Brasil está passando, mesmo que a passos lentos, por um processo de depuração eleitoral onde a prática rotineira da esperteza e a certeza da impunidade estão aos poucos sofrendo o cerco da justiça. A chamada lei da ficha implantada às duras penas pela justiça eleitoral a partir dessa eleição de 2012 foi um avanço constitucional que permitiu de certa forma separar o joio do trigo e evitar, de certa maneira, a assunção de pessoas condenadas ou envolvidas em processos de corrupção eleitoral, má utilização dos recursos públicos, abuso do poder econômico ou prática nocivas ao jogo democrático. Uma dessas práticas nocivas que está amparada na esperteza política é a substituição emergencial e de última hora de candidatos com problemas judiciais por parentes sanguíneos ou agregados na tentativa de perpetuísmo político.
Embora tenha legitimidade legal devido a fragilidade de nosso código eleitoral que ainda permite tais aberrações, a substituição de candidatos há menos de 24 horas de uma eleição caracteriza a implantação definitiva da utilização política da imagem de uma determinada pessoa durante todo o período de campanha eleitoral, mesmo sabendo que tal candidato dificilmente será autorizado pelo TSE a continuar como candidato, e de forma sorrateira incluir outra pessoa, por vezes totalmente desconhecida pelo eleitorado que comparece no dia da eleição certo de estar votando numa chapa e na verdade está sendo ludibriada e elegendo outra pessoa. Isso não aconteceu somente em Baraúna, mas também em diversos municípios brasileiros onde maridos incluíram esposas, tios incluíram sobrinhos, esposas incluíram maridos, pais incluíram filhos, e por aí se vai ....
Nessa semana que termina alguns tímidos passos foram dados pela justiça no intuito de barrar essa prática legal no sentido jurídico, mas imoral no sentido ético caracterizando um arcabouço ideológico onde o que importa é ganhar seja de que forma for, enganando ou não a população. Em São Paulo o TRE local já indeferiu em dois municípios essa substituição instantânea no apagar das luzes e aos poucos os tribunais eleitorais brasileiros tentam moralizar essa "esperteza". Os processos irão subir para o TSE e caso vire jurisprudência, babau..acabou-se a festa e a legalização da farsa eleitoral. Em Baraúna ainda se aguarda o julgamento pela justiça da substituição do vice do situacionismo também se utilizando dessa prática. O tempo dará a resposta, mas de uma coisa já podemos ter certeza: os tempos já são outros e quem apostar na certeza da impunidade com utilização indiscriminada do poder econômico para auferir votos pode começar a colocar as barbas de molho, pois a vitória poderá ser do estilo Pirro......
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