Na história política brasileira, desde os tempos de Tiradentes, que temos os nossos traidores e vendilhões que traem seus amigos e passam para o lado oposto em busca de dinheiro. Entretanto a própria história nos mostra que esses tristes exemplos são apenas lembrados como indivíduos que fazem parte da escória humana, reles apêndices dos acontecimentos que rapidamente são relegados ao lixo da própria história. Tiradentes entrou para a história brasileira como um exemplo de luta pela nossa independência, enquanto Joaquim Silvério dos Reis saiu pela porta dos fundos e é sempre visto como algo a ser esquecido.
Mais recentemente em nossa história tivemos o vergonhoso exemplo do cabo Anselmo que era um dos líderes e que fazia parte de forma incisiva dos inflamados discursos dos marinheiros esquerdistas que pretendiam mudanças significativas para o Brasil. Leia abaixo um pouco desse repugnante exemplo:
José Anselmo dos Santos, conhecido na história recente do Brasil por cabo Anselmo, (Itaporanga d'ajuda, 13 de Fevereiro de 1942) é um ex-militar brasileiro, líder durante o protesto de marinheiros, evento que desencadeou a crise do término do governo de João Goulart, em 1964, através de um golpe de Estado, e o início da ditadura militar brasileira. Tornou-se militante radical de esquerda a partir de 1970, e depois, participou da morte dos próprios companheiros de esquerda, tornando-se agente infiltrado das forças de repressão do Governo, ajudando os militares a capturar guerrilheiros, opositores e terroristas da esquerda armada, pelo governo militar da época.
Após o golpe, Anselmo foi expulso da Marinha pelo crime de motim e revolta. Chegou a ser preso, mas fugiu e exilou-se no Uruguai e depois em Cuba, onde teria feito treinamento de guerrilha. Voltou ao Brasil em 1970 e ligou-se como membro atuante no movimento guerrilheiro. Acabou preso pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, do Dops.
Logo após da sua prisão, Anselmo aceitou trabalhar para o Governo Militar, infiltrando-se em grupos de esquerda e movimentos sindicalistas. Porém, existiriam suspeitas de que antes de 1964, Anselmo já seria um agente infiltrado nesses movimentos e sua função era fornecer informações para os órgãos de repressão do governo. Tal suspeita tem base em depoimentos como o do policial Cecil Borer, ex-diretor do DOPS do Rio de Janeiro.; Cecil afirma que Cabo Anselmo já possuía treinamento específico para trabalhos de infiltração antes do golpe militar. Por outro lado, supostos documentos do DEOPS-SP registram Anselmo como agente apenas a partir de 1971, após sua prisão. O diretor do Cenimar, Roberto Ferreira Teixeira de Freitas nega que Cabo Anselmo fosse agente de infiltração antes de 1964.
Durante sua atuação como agente da repressão, Anselmo levantou com sucesso uma grande quantidade de dados sobre os movimentos dos guerrilheiros brasileiros, resultando na prisão, morte e tortura de vários de seus integrantes. Entre eles, estava a companheira de Anselmo, Soledad Barrett Viedma, grávida de quatro meses. Mesmo assim, Anselmo a entregou para o delegado Sérgio Paranhos Feury. Soledad não resistiu as torturas e morreu..
Após sua função de agente infiltrado ser descoberta pelos guerrilheiros, Anselmo desapareceu entre 1972 e 1973, época que foi dado como morto, ou pelas forças de segurança (repressão) do Governo Militar ou pelos guerrilheiros.
A dúvida desapareceu a partir do momento em que o Cabo Anselmo foi entrevistado pelo jornalista Octávio Ribeiro, com sua publicação pela Revista Isto É, na edição de 28 de Março de 1984.
Foi entrevistado pelo jornalista Percival de Souza, em 1999. Em 30 de agosto de 2009, Cabo Anselmo participa do programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes de Televisão.
Participou ainda do Programa Roda Viva da TV cultura em 17 de outubro de 2011.
Cabo Anselmo pleiteia uma indenização formal, pois desde que foi cassado nunca mais conseguiu documentos que provassem ser ele José Anselmo dos Santos. Requereu junto ao governo de São Paulo o pagamento de indenização pago aos que foram presos e torturados no estado, durante a ditadura militar.
O ex-marinheiro reivindica ainda uma aposentadoria condizente com o posto que ocuparia hoje na Marinha, que seria o de suboficial aposentado. O argumento de Anselmo é que a indenização da Comissão de Anistia não deve beneficiar apenas os militantes de esquerda. Ele alega que todos que foram de alguma forma prejudicados ou cassados em seus postos em razão do golpe militar deveriam ser beneficiados.
O então ministro durante o Governo Lula, Paulo Vannuchi, afirmou em 2009 que é remota a possibilidade de Cabo Anselmo vir a receber qualquer tipo de indenização ou aposentadoria. Ele afirma que a reivindicação de Anselmo não procede porque desde o início da ditadura o ex-marinheiro teria sido um agente do Estado.
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