"um triste exemplo..."

Tive acesso a uma cópia que me foi fornecida por um professor municipal do projeto (bem vamos chamar de "projeto") intitulado "Baraúna 30 anos: resgate de nossa história" relativo ao desfile de sete de setembro próximo. Fiquei pasmo com o que ví e não acreditei que profissionais, que a princípio eu julgava com competência, pudesse produzir algo de tão baixo nível, misturando História, memória e politicagem barata.
Vamos esmiuçar alguns tópicos desse "projeto":

a) na justificativa diz que o 7 de Setembro é uma oportunidade de:

"desenvolver a compreensão do passado histórico e da significação da data sete de setembro";

b) no objetivo geral menciona que:

" Pesquisar e conhecer a história do município de Baraúna..."

c) nos objetivos específicos, na letra "f" está expresso:

"valorizar os personagens de nossa história"

Mas pasmem o senhores leitores a que nível pode baixar a mediocridade humana em desrespeito as famílias e ao passado das pessoas baraunenses, no tópico intitulado "História de Baraúna" onde está escrito:

"Por meio de um plebiscito decidiu-se elevar o distrito de Baraúna à categoria de município, e pela lei nº 5.107 em 15 de Dezembro de 1981, finalmente desmembrou-se do município de Mossoró. E, em 15 de Novembro de 1982 Baraúna elege o Sr. José Holanda de Montenegro para ser o seu primeiro prefeito. A segunda administração, foi chefiada por José Bezerra (PMDB) 1988-1992.Em seguida veio José de Araújo Dias (PFL) 1993-1996, 2004-2007 com uma administração pouco relevante; posteriormente foi eleito o professor Francisco Gilson de Oliveira (neto de Francisco Leandro de Medeiros) (PFL) 1996 - 2004, cassado por impobridade administrativa, atualmente Baraúna alcançando a posição de um dos maiores municípios em produção e exportação de frutas da região nordeste com a gestão do prefeito Aldivon Nascimento."

Confesso que jamais ví "pérolas" de tal natureza e, me desculpem os professores de português e os erros existentes, mas somente transcreví o texto do jeito que estava.
Alguns aspectos deveriam ser esclarecidos pela comissão que elaborou, vamos dizer mais uma vez, esse "projeto":

I - Quais os critérios utilizados para qualificar algo de relevante, ou pouco relevante, ou muito relevante?
II - porque atingir de forma tão covarde e utilizando documentos públicos de uma secretaria municipal da Educação a memória de famílias que participaram e construíram boa parte da história desse município, entre as quais, a figura histórica do senhor Francisco Leandro de Medeiros que dedicou quase toda sua vida ao município baraunense:
III - Que tipo de história é essa que "esquece" de forma intencional todas as contribuições de obras de infraestrutura, tais como, a vinda da subsestação, a perfuração de poço profundo que solucionou o problema da falta de água em Baraúna, o calçamento de 16 ruas baraunenses, a reforma do mercado público municipal, entre tantas que foi realizada pelo professor Francisco Gilson de Oliveira quando de sua gestão administrativa e somente lembra do fato dele ter sido cassado, enquanto "esquece" que o atual prefeito entrou na prefeitura por via judicial e responde a vários processos judiciais por acusações de corrupção e desvio de dinheiro?
IV - Essa falta de conhecimento (ou seria desconhecimento) da história baraunense está claramente evidenciada quando tenta atribuir ao atual prefeito o fato de Baraúna ser um dos maiores exportadores de frutas, quando na verdade esse ciclo já começou desde 1991 (na gestão do Sr. José de Araújo Dias), cresce e passou por mais dois mandatos do professor Francisco Gilson de Oliveira, e vai continuar crescendo independentemente de A, B ou C que estiver governando esse município.

Realmente uma pena que fatos lamentáveis dessa natureza ainda aconteçam no município de Baraúna que já deveria ter avançado para outros níveis de convivência democrática e política, e deveria ser justamente os professores, que fazem parte da maioria dessa comissão do famigerado projeto que deveriam dar esse exemplo de "civismo e desenvolvimento". Mas parece que Baraúna ficará ainda por algum tempo nesse mesquinho subterrâneo da mediocridade. Mas devemos lembrar que as coisas mudam. Vamos em frente.