Quanto escutamos notícias referente a tentar vincular obras ao DNA de político tal ou de outro, ficamos de orelhas em pé, porque na verdade nenhum prefeito tem poder de trazer fábrica nenhuma. O máximo que a prefeitura pode fazer é isentar tal investimento da cobrança de impostos durante algum tempo.
A fábrica da Votorantim em Baraúna, que será administrada pelo consórcio em que o grupo Mizú é majoritário, possui um investimento previsto total de 872 milhões de reais até 2015, e teve sua origem em projeto elaborado em 2005 que já apontava o potencial do município baraunense em termos de qualidade do calcário que se traduz em boa parte da Chapada do Apodi. Em agosto de 2007 foi fechado o planejamento para início da conclusão das obras de três dessas fábricas no território brasileiro visando impedir a importação pelo Brasil de cimento do Vietnã, tendo em vista o ciclo de crescimento da construção civil no Brasil decorrente das obras do PAC. A fábrica de Baraúna estava no meio devido a facilidade de acesso a uma das fontes de matérias primas utilizada no processamento do cimento (cal) que evitaria custos de produção. Portanto não houve nenhuma interferência política para tal. A verdade é quando entra a questão dos lucros, a questão política se anula.
Entretanto, a construção e operação da fábrica gera empregos diretos e indiretos, portanto seria necessário implementar obras de infraestrutura para o funcionamento pleno da mesma quando da efetiva produção do cimento. Uma dessas obras fundamentais para o trânsito de carretas (previsto para 700 carretas diárias em média) visando escoar a produção para todos os estados nordestinos seria a construção de uma estrada asfaltada no entorno da fábrica e que desse acesso a BR 304. Aí entra a governadora Rosalba que autorizou com recursos do Estado potiguar o início das obras conforme podemos ver abaixo:
"Ontem, a governadora Rosalba Ciarlini anunciou a liberação de mais R$ 11 milhões para fazer uma rodovia contornando a cidade Barauna e um trecho de rodovia ligando a Fábrica do Grupo Mizu, na localidade de Velame. Segundo a governadora, as obras neste contorno a cidade de Baraúna deve começar nos próximos 30 dias, considerando que já tem a empresa para fazer a obra.
Trata-se da construtora CLC, de Upanema, a mesma que fez a duplicação da RN 015, trecho Mossoró/Baraúna" - Diário Tribuna do Norte.
Portanto chega de atribuir DNA de pseudo-obras a quem não fez. Quase todos os investimentos feitos em Baraúna nos últimos anos tem rubricas federais ou estaduais. As obras, tipo calçamento, são realizadas em parte com recursos próprios mas sem a colocação de placas (que é uma exigência administrativa)que sinalize o valor dos recursos e o período de conclusão. E todos em Baraúna sabem porque essas obras são construídas e porque o interesse tão grande em continuar. Quem trabalha de graça é relógio e quem pensa que engana os outros com falsos discursos de hipocrisia, na verdade só engana a si mesmo.
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